Você fuma de tabela? Saiba quais as várias consequências de ser um fumante passivo

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 13 de outubro de 2024 às 18:30
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Cigarro é um vício que ainda atinge milhões de pessoas em todo o mundo

cigarro

Um estudo de cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley do Departamento de Energia dos EUA (Berkeley Lab), publicado na revista Environmental Science & Technology, identificou pela primeira vez como as toxinas geradas pelo fumo, presente em superfícies, podem apresentar risco potencial à saúde a longo prazo.

Eles descobriram que as concentrações de compostos químicos tóxicos que permanecem em ambientes internos onde os cigarros foram fumados podem exceder as diretrizes de risco do Estado da Califórnia, o que significa que os não fumantes podem ser expostos a riscos à saúde vivendo em espaços contaminados.

Também chamado de fumo de terceira mão, esse tipo de fumo passivo refere-se à nicotina residual e outros produtos químicos perigosos que contaminam o ambiente interno após o fumo.

Isso pode estar no cheiro de uma roupa, em um quarto de hotel, ou qualquer ambiente no qual um fumante tenha passado.

Pode parecer apenas um cheiro inofensivo, mas também é indicativo da presença de toxinas do tabaco.

Fumo passivo

Há que pense que apenas fumantes correm risco de problemas de saúde, como câncer e doenças cardíacas.

Mas os não-fumantes também são afetados, seja por conviver em ambientes e com fumantes ou o contato com superfícies internas onde um fumante esteve presente.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a fumaça do tabaco contém mais de 4.000 produtos químicos conhecidos, muitos dos quais são prejudiciais, com pelo menos 40 que causam câncer.

O fumo passivo é uma mistura da fumaça da ponta acesa de um cigarro e a fumaça exalada por um fumante.

Quando ele contamina o ar, especialmente em espaços fechados, é inalado por todos, expondo fumantes e não fumantes aos seus efeitos nocivos.

Isso pode ser a causa de câncer de pulmão em não fumantes e aumentar o risco de doença cardíaca coronária.

Embora a maioria dos fumantes sejam homens, muitas mulheres e crianças são afetadas pelo fumo passivo.

Os dados da OMS mostram que em todo o mundo, o fumo passivo causa cerca de 600 mil mortes prematuras por ano, a maioria (64%) entre mulheres.

No entanto, mesmo aquele que não inala a fumaça, e esteja exposto à uma superfície contaminada pelo fumo também, também pode correr risco dessas doenças.

Anteriormente, cientistas do Berkeley Lab descobriram que a nicotina em aerossol, liberada durante o ato de fumar e vaping, é adsorvida em superfícies internas, onde pode interagir com um composto presente no ar interno chamado ácido nitroso (HONO) — um componente comum do ar interno — para formar compostos altamente cancerígenos chamados nitrosaminas específicas do tabaco (TSNAs).

A nicotina acumulada em superfícies domésticas pode gerar continuamente TSNAs, muito depois que a fumaça se ampliar pelo ambiente.

Risco à saúde pelo fumo de terceira mão

As TSNAs entram no corpo através de várias vias. O estudo estimou algumas doses por inalação e ingestão de poeira usando concentrações de ambientes internos com TSNAs.

A equipe se concentrou nas exposições dérmicas, que são mais difíceis de medir e para as quais há muito menos informações.

Essas exposições dérmicas podem ocorrer diretamente através do contato da pele com ar poluído ou uma superfície contaminada que abriga TSNAs – por exemplo, enquanto dorme em lençóis esfumaçados.

Mas eles também podem ocorrer via química epidérmica, quando a nicotina já instalada na pele reage com o HONO ambiental para formar TSNAs diretamente na superfície do corpo.

“A nicotina é liberada em grandes quantidades durante o ato de fumar e reveste todas as superfícies internas, incluindo a pele humana”, disse Xiaochen Tang, que liderou os esforços experimentais do Berkeley Lab no Indoor Environment Group.

*Informações CNN


+ Boa Forma