Vilões da conta de luz: veja 7 eletrônicos que gastam muita energia

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 26 de agosto de 2024 às 22:00
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Do chuveiro elétrico às TVs, confira os eletrônicos e eletrodomésticos que mais influenciam na conta de luz ao fim do mês

Eletrodomésticos e eletrônicos fazem parte da rotina diária de todo mundo – foto Arquivo

 

Os dispositivos eletrônicos estão presentes em quase todos os aspectos de nossas vidas — muitos deles operando ininterruptamente — e não é novidade que eles gastam energia elétrica.

Por mais que não seja uma opção desligar geladeiras para economizar na conta de luz, por exemplo, alguns hábitos relativamente recentes podem ser adaptados, principalmente no caso de aparelhos como ar-condicionado, TVs e computadores, para que a despesa com energia fique mais em conta ao fim do mês.

Confira agora os aparelhos eletrônicos que representam os maiores vilões para as contas de luz — e ainda separou algumas dicas para minimizar seus impactos.

1. Geladeira

As geladeiras são itens indispensáveis em nossas vidas, por manterem alimentos, bebidas e até medicamentos em temperaturas abaixo da ambiente.

O frio reduz a atividade biológica, fazendo com que esses itens demorem mais para estragar.

Como se trata de um processo 100% ativo, a geladeira precisa operar ininterruptamente. Além disso, quanto maior a capacidade de refrigeração e volume interno, maior será o consumo do aparelho.

Uma geladeira nova de 280 litros, pode ter um consumo entre 20 kWh e 30 kWh por mês, enquanto uma de 400 litros pode chegar a 60 kWh.

Uma das estratégias para otimizar esse processo é garantir que a área interna desses aparelhos seja bem isolada termicamente.

Ao reter melhor o ar frio dentro do aparelho, ele pode operar menos intensamente, apenas estabilizando a temperatura.

Por isso é importantíssimo verificar se as borrachas de vedação estão em bom estado, sem rachaduras ou descoladas, assim como evitar abrir a geladeira constantemente ou esquecer a porta aberta.

Além disso, os motores convencionais desligam de tempos em tempos neste ciclo, e a partida inicial gera pequenos picos no consumo.

Para reduzir ainda mais o gasto de luz, é recomendado optar por modelos com motores do tipo inverter, que conseguem gerenciar a regulação térmica sem desligar totalmente, evitando os ciclos de religamento recorrentes.

2. Chuveiro Elétrico

Outro item doméstico essencial para o brasileiro é o chuveiro elétrico — uma particularidade que o Brasil criou e exportou para o restante do mundo.

Quanto mais poderosa a resistência, maior o calor gerado no processo e, claro, maior o consumo de eletricidade.

Isso faz com que os chuveiros elétricos, apesar de essenciais, ainda hoje estejam entre os principais vilões para a conta de luz.

Um modelo intermediário de 5500 W operando 30 minutos por dia, equivalente a três banhos em média, pode gerar um consumo mensal de até 90 kWh, ou cerca de R$ 67,86 pela tarifa do Rio de Janeiro.

Uma dica é, além de evitar banhos muito longos, sempre regular a potência de chuveiro conforme a necessidade, não deixando ele configurado constantemente no Modo Inverno.

3. Ar-condicionado

Outro item cada vez mais presente e essencial em nossas, mas que é o terror da conta de eletricidade, é o ar-condicionado.

Seu princípio de operação é muito similar ao da geladeira, mas ele é projetado para resfriar volumes bem maiores que apenas 280 litros.

Um modelo de 9.000 BTUs costuma ter potência nominal entre 800 W e 1200 W, dependendo da fabricante e das tecnologias utilizadas.

Para alguém que trabalha de casa e fica entre 6h a 10h com o ar ligado todos os dias, o consumo final passa tranquilamente de 130 kWh, custando sozinho R$ 120 ou mais.

Essa é, inclusive, uma conta importante que profissionais de home office precisam ter em mente na hora de negociar salário ou serviços como autônomo.

Também como as geladeiras, os modelos mais baratos ou antigos trabalham com motores que ligam e desligam para regular a temperatura.

Infelizmente, as ondas de calor recentes tornaram o uso do ar-condicionado obrigatório em muitas regiões, até por questões de saúde.

4. Aquecedores

Os aquecedores internos seguem, majoritariamente, o mesmo princípio dos chuveiros, utilizando resistências elétricas para aquecer o ar, superfícies dispersoras, ou emitir luz infravermelha de alta intensidade.

Isso os torna máquinas térmicas extremamente exigentes e de consumo elevado por definição, realizando uma transformação direta de eletricidade em calor.

A diferença é que, diferente da água do banho, o processo de aquecer o ar pode ser mais lento. Mesmo os aquecedores mais poderosos raramente passam de 1.500 W de potência, o que ainda é menos da metade dos chuveiros elétricos mais fracos do mercado.

Algo que também pode intensificar o consumo de energia e aumentar riscos de incêndio é utilizar extensões elétricas e adaptadores.

Como os aquecedores puxam energia da tomada comum, geralmente com fiação de 10A em malha de cobre e bitola reduzida, tanto a tomada quanto os cabos vão aquecer pela corrente mais elevada.

Por isso, conectar outros aparelhos na mesma rede ou puxar extensões irá resultar em grande perda de energia e ainda abrir margem para curtos, ou até o derretimento do revestimento isolante.

5. Máquinas de lavar

As máquinas de lavar também são aparelhos de consumo elevado e podem pesar bastante na conta de luz se não forem utilizadas de forma consciente.

Não à toa, os motores utilizados para girar os tambores, aquecer a água e centrifugar quilos de roupas exigem potências de 400 W a 800 W.

Com um ciclo de lavagem automático de aproximadamente 1 hora, o consumo médio desses aparelhos vai de 0,25 kWh a 0,90 kWh, variando conforme o modelo e sem considerar opções de duplo enxágue ou ciclo de secagem.

Uma forma interessante de economizar é, sempre que possível, acumular roupas suficiente para utilizar a capacidade máxima da máquina.

Além disso, é ideal realizar uma higienização periódica do tambor para remover fibras e outras sujeiras que podem forçar o motor e consumir ainda mais energia.

6. Televisões

Por mais que não pareça, as televisões estão entre os aparelhos que atualmente mais pesam na conta de luz do brasileiro, nem tanto por seu gasto médio, mas por seu padrão de uso.

Em uma família com até quatro pessoas, é bem provável que o aparelho fique ligado constantemente ao longo do dia, sendo utilizado por pessoas diferentes em períodos distintos.

Uma Smart TV moderna de 42 polegadas tem um consumo médio de 100 W, ou 0,1 kWh, ou seja, se o aparelho ficar ligado todos os dias por 8 horas, serão 0,8 kWh por dia, num total de 24 kWh por mês — quase o mesmo de uma geladeira pequena.

Especificamente no caso da TV, é realmente difícil simplesmente sugerir uma mudança radical de hábitos com a única finalidade de economizar na conta de luz.

Os momentos de lazer são importantes, e nem sempre as pessoas têm tempo, dinheiro ou disposição para buscar outras formas de se divertir.

Sendo assim, o ideal é desligar o aparelho quando não estiver mais no ambiente e buscar modelos mais econômicos, como os com tela LED e outras tecnologias de baixo consumo, que podem sacrificar um pouco a qualidade de imagem para isso. Também é crucial ficar atento às etiquetas de consumo o Inmetro.

7. Computadores

No mundo atual, os computadores estão, tranquilamente, entre os aparelhos que mais consomem energia, também por conta do perfil moderno de uso.

É extremamente comum sempre estarmos com o PC ligado quando estamos em casa, seja trabalhando, jogando, assistindo alguma série, ou simplesmente porque não temos o costume de desligá-los.

Além disso ser um problema sério para a vida útil dos PCs, eles têm fontes poderosas que podem atingir picos de até 800 W nos setups mais poderosos.

Mesmo sem uso intenso, o consumo médio gira em torno de 100 W a 150 W, isso sem considerar monitor e sistema de som.

Ainda que notebooks sejam mais econômicos, os modelos gamer, que precisam ficar na tomada em uso intenso, também contam com fontes mais parrudas, que podem chegar tranquilamente a 250 W de consumo.

Diferentemente de servidores e supercomputadores, os PCs domésticos, tanto de mesa quanto notebooks, não foram projetados para operar 24/7.

O uso ininterrupto mantém os aparelhos sempre bem quentes, além de consumir desnecessariamente ciclos de leitura e escrita dos SSDs e HDs.

Desligar os PCs quando não estiver mais utilizando, seja antes de dormir ou quando for “rapidinho” ao mercado, ajuda a prolongar a vida útil dos computadores, e garante algumas horas de consumo quase zerado — lembrando que também existe um gasto passivo por estar ligado à tomada.

*Informações TechTudo


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