“Veneno puro”. Cientista de Harvard contradiz os benefícios do óleo de coco

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 19:25
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:09
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O óleo de coco é uma das piores coisas que se pode comer, afirma Karin Michels, da Universidade de Harvard

Karin Michels, epidemiologista da Universidade de Harvard

M​ichels é epidemiologista da Escola de Saúde Pública da faculdade e criticou o movimento da sobrevalorização do produto. De acordo com o jornal britânico The Guardian, para a professora, os benefícios do óleo de coco são simplesmente falsos. 

Michels

óleo

óleoTCM

liquido

Michels faz parte do segundo grupo e alerta que a alta proporção de gordura saturada da substância pode elevar os níveis do chamado colesterol LDL (o colesterol mau). E assim, o risco de doenças cardiovasculares.

Isso porque o óleo de coco contém mais de 80% de gordura saturada. Mais do que o dobro da quantidade encontrada na gordura do porco, e 60% a mais do que é encontrado na gordura da carne bovina.

Os comentários foram feitos numa palestra intitulada ‘Óleo de coco e outros erros nutricionais’, na Universidade de Freiburg, na Alemanha. 

O seu discurso já foi visualizado quase um milhão de vezes no YouTube e está contribuindo para aumentar o atual terrorismo nutricional já existente nas redes sociais.

Os benefícios do óleo de coco realmente são falsos?

óleo é rico em gorduras saturadas e, em excesso, estas podem aumentar os níveis de LDL. Mas isso ocorre quando se fala do excesso de consumo de algo. Por isso, comparar um alimento a veneno pode ser uma irresponsabilidade.

“Jamais digo que um alimento é veneno. E nenhum alimento é um milagre. Depende muito da dose e da pessoa que consome”, opina a nutricionista esportiva Livia Hasegawa.

Benefícios do óleo de coco

Apesar da gordura saturada, o óleo de coco é uma excelente fonte de energia. Então, para quem está faz uma dieta de restrição calórica e necessita de energia, mas não quer ingerir hidratos de carbono, é uma boa opção.

Além disso, a substância ainda tem outro benefício: é antifúngica. Ajuda a combater a candidíase, por exemplo.

“Só que na realidade, esses benefícios já surgem com doses pequenas. Não se necessita consumir grandes quantidades. Então, a questão é o excesso desse óleo, e como todo o excesso de qualquer coisa no organismo pode causar algum problema”, explica Livia.

E é o que aponta a Fundação Britânica de Nutrição: “Como é rico em gorduras saturadas só deve ser incluído em pequenas quantidades. Além disso, tem que fazer parte de uma dieta saudável e equilibrada”.

A organização também reforçou que não há evidências científicas fortes que corroborem os supostos benefícios do óleo do coco.

“O que sabemos é que a substituição de gorduras saturadas por gorduras insaturadas como a do azeite extra-virgem pode ser um meio eficaz de reduzir os níveis de colesterol LDL. Por isso, talvez, possa ser uma escolha mais saudável”, explicou a nutricionista Victoria Taylor, da Fundação.


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