46 mulheres são diagnosticadas todos os dias com a doença no Brasil, mostra estatística do Ministério da Saúde; 19 morrem
Cerca de 17 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de colo de útero no Brasil anualmente, conforme dados do Ministério da Saúde.
Esse tipo de câncer, que ocupa o terceiro lugar entre os mais comuns em mulheres brasileiras, resulta em aproximadamente 6.500 óbitos por ano no país, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Para reduzir esses números, a campanha do Março Lilás se dedica a conscientizar e prevenir o câncer de colo de útero, educando as pessoas sobre fatores de risco, sintomas, métodos de detecção precoce e opções de tratamento disponíveis para essa forma de câncer.
A campanha também busca reduzir o estigma associado ao câncer de colo de útero e promover o acesso igualitário aos serviços de saúde relacionados ao seu diagnóstico e tratamento.
O que é o câncer de colo de útero?
O câncer de colo de útero é uma condição maligna que afeta a região do colo do útero, principalmente devido à infecção pelo vírus HPV.
Apesar de ser uma doença que pode ser prevenida, ela é uma das principais causas de morte por câncer em mulheres em todo o mundo, atrás do câncer de mama, do câncer de cólon e reto e do câncer de pulmão.
As principais vítimas são mulheres negras, pobres e com baixos níveis de educação formal. O colo do útero está situado entre a vagina e o útero.
A biomédica e professora dos cursos de Ciências da Saúde da Faculdade Una – que integra a Ânima Educação –, Allana Souza, explica que o câncer do colo de útero está intimamente relacionado com a infecção do vírus HPV, dependendo sempre do subtipo e da carga viral na infecção.
Fatores de risco
“A vacinação permite que se reduza os níveis de infecção pelo HPV, reduzindo o principal fator de risco para o desenvolvimento desse câncer. É observado que a vacinação em meninas de 9 a 14 anos sem início de vida sexual se mostra eficaz na proteção da saúde delas”.
Além da infecção pelo HPV, existem outros fatores de risco, geralmente associados à comportamentos que comprometem a imunidade ou dizem respeito ao desenvolvimento sexual.
“Alguns deles são a iniciação sexual precoce, a prática sexual com múltiplos parceiros, o uso de contraceptivos orais e o tabagismo”, elenca a professora.
Diagnóstico precoce e tratamento
O câncer de colo de útero pode ser silencioso no seu estágio inicial, tornando o diagnóstico precoce fundamental.
Souza alerta que a doença possui um desenvolvimento de velocidade baixa, podendo passar despercebida no início, e que os sintomas surgem com a evolução do câncer: “são observados, principalmente, sangramento vaginal ao acaso ou depois da relação sexual e dor na região do útero e abdômen”.
Por esse motivo, a professora destaca a importância do diagnóstico precoce na luta contra o câncer de colo de útero.
Papanicolau
“O rastreamento inicial é muito importante. O exame preventivo do câncer de colo de útero, que é o Papanicolau, permite que sejam observadas alterações iniciais da doença e, consequentemente, uma efetiva inibição e progressão da doença”.
Ela complementa que é necessário realizar o exame com frequência, mas que, após dois anos consecutivos sem alterações observadas, a mulher pode aguardar até três anos para repetir o exame”.
Quanto aos tratamentos disponíveis para mulheres diagnosticadas com câncer de colo de útero, a biomédica ressalta a necessidade de uma abordagem individualizada.
“Normalmente, é necessário realizar a retirada das lesões mais graves por eletrocirurgia e realizar radioterapia em centros especializados, mas o tipo de tratamento dependerá sempre do tamanho do tumor, nível de desenvolvimento, idade da mulher e se ela pretende preservar a fertilidade”, diz Allana Souza.
Segundo ela, “o tratamento será sempre individual, considerando os fatores pessoais e preservando ao máximo a saúde e integridade da paciente”.