Vaticano beatifica madre italiana após reconhecer milagre em Ribeirão Preto

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 4 de novembro de 2018 às 15:44
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:08
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Médico internado na Santa Casa em 1951 foi curado da síndrome de Guillain-Barré por madre Clélia Merloni

O Vaticano beatificou no
último sábado, 03 de novembro, a madre italiana Clélia Merloni (1861-1930) por
um milagre atribuído a ela na cura de um médico em Ribeirão Preto em 1951.

A beatificação, etapa anterior à canonização, foi
oficializada durante uma missa presidida na Basílica de São João de Latrão, em
Roma, segundo informações divulgadas pelo Vatican News, órgão
oficial de notícias da sede da igreja católica.

Madre Clélia é fundadora do
Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, entidade criada em 1894 em
Viareggio, Itália, com representações no Brasil e no mundo.

No início deste ano, o Papa Francisco reconheceu a intercessão dela na
cura do médico Pedro Ângelo de Oliveira Filho, que sofria da síndrome de
Landry-Guillain-Barré, doença que paralisa os músculos do corpo. A causa tinha
sido aberta pela Santa Sé em 1988.

Segundo o Instituto das Apóstolas, ainda existem graças atribuídas a
madre Clélia não reconhecidas como milagres que no futuro podem levar à
canonização.

O milagre reconhecido

Segundo relatos da igreja, em 14 de março de 1951 o médico brasileiro,
então com 41 anos, foi acometido por uma paralisia nos membros e internado na
Santa Casa de Ribeirão Preto.

Quadro que impedia o paciente de falar, comer, beber e engolir, e
evoluiu para uma insuficiência respiratória aguda, de acordo com os registros.

Depois de um diagnóstico sem esperanças em uma época com menos recursos
médicos, o paciente recebeu o sacramento da extrema unção.

Na noite de 20 de março daquele ano, “no mais profundo
desespero”, a mulher do médico encontrou irmã Adelia Alvez Barbosa, que a
convidou a rezar, segundo os registros, pedindo a intercessão da madre
italiana.

Além disso, a irmã usou pequenos fios de um tecido, material que teria
sido extraído de um hábito usado pela madre italiana, na água ingerida pelo
paciente.

De acordo com os relatos registrados pela igreja católica, assim que
bebeu água com partículas do tecido, com dificuldade, o paciente parou de
salivar e começou aos poucos a se recuperar e inclusive surpreendeu um amigo
médico, que o visitou na manhã seguinte.

O médico voltou a andar em torno de 20 dias depois, sem nenhuma sequela,
de acordo com o relatório da igreja.

Na época da cura, uma missa em
ação de graças foi realizada na Igreja Matriz de Ipuã (SP), onde o médico
atuava e tinha um consultório.

Oliveira Filho morreu 35 anos depois, mas em decorrência
de uma parada cardíaca, em setembro de 1986.


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