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Leilões públicos e privados costumam ter preços bem abaixo da tabela e podem ser uma boa oportunidade para trocar de carro, mas há pontos de atenção
Comprar um veículo em leilão pode ser uma boa oportunidade, mas é preciso estar atento aos detalhes – foto Arquivo
A Receita Federal deu início a mais uma edição de seus leilões de mercadorias apreendidas ou abandonadas. Nesta quinta-feira, 22, será aberta a nova fase de propostas para os lotes disponíveis.
Desta vez, o destaque fica por conta de mais de 120 veículos disponíveis, incluindo carros, caminhões e ônibus.
Entre as opções, há desde SUVs seminovos até utilitários bem rodados, com preços que podem ser bem abaixo da tabela.
Origem dos Veículos Leiloados
Os veículos que aparecem nesses leilões têm origens variadas. Muitos foram apreendidos em operações de fiscalização aduaneira ou abandonados em recintos alfandegados.
Há também veículos de órgãos públicos que, por não serem mais úteis ao governo, são colocados à venda para reutilização ou sucata.
Otávio Massa, advogado tributarista, explica que esses veículos são vendidos no estado em que se encontram, sem garantias quanto ao funcionamento.
Isso significa que quem compra assume todos os riscos, mas também pode aproveitar preços muito atrativos.
Um exemplo é o Jeep Compass Longitude 2018, ofertado por R$ 21.815, enquanto o mesmo modelo poderia ser vendido por mais de R$ 94 mil na tabela Fipe.
Cuidados Necessários ao Participar
Diferente das revendas de veículos, leilões da Receita Federal não oferecem garantia sobre os produtos. Por isso, é fundamental fazer uma vistoria presencial no veículo antes de dar qualquer lance.
Nesta edição, as visitas são permitidas, mas precisam ser agendadas previamente.
Luciana Félix, especialista em mecânica e gestora em Belo Horizonte, destaca que a burocracia pode ser um grande obstáculo.
Veículos apreendidos podem ter problemas de documentação, exigindo assistência jurídica para regularizar a situação. Portanto, é essencial considerar o tempo e o custo necessários para essa regularização.
Diferenças Entre Leilões Públicos e Privados
Os leilões da Receita Federal diferem dos leilões privados, que geralmente vendem carros de seguradoras (normalmente veículos sinistrados), locadoras e empresas que estão renovando suas frotas.
Nos leilões da Receita, os veículos são apreendidos, confiscados ou abandonados, e a venda é determinada por critérios como valor comercial residual e condição recuperável do veículo.
Tipos de Venda e Critérios
Ronaldo Fernandes, especialista em leilões, explica que existem duas maneiras de adquirir veículos em leilões: para restauração e uso, ou para desmanche e reciclagem.
Veículos destinados ao desmanche geralmente têm sinistros graves, e por isso, só podem ser vendidos como sucata.
Otávio Massa acrescenta que os critérios para que um carro vá a leilão incluem valor comercial e condição recuperável, mesmo que parcialmente danificados.
Veículos sem valor ou severamente danificados podem ser descartados. No caso dos veículos destinados ao desmanche, os números de chassis são cancelados, tornando-os legalmente inexistentes.
Inspeção Cuidadosa e Planejamento Financeiro
Thiago da Mata, CEO da plataforma Kwara, destaca a importância de inspecionar o veículo antes de participar de um leilão.
Ele explica que muitos carros podem ter ficado expostos ao clima por longos períodos, resultando em danos como pintura queimada e oxidação da lataria. Esses reparos devem ser considerados no planejamento financeiro.
A situação legal do veículo também é crucial. Um exemplo citado é o Smart Fortwo, ofertado sem registro no Renavam, o que implica em custos adicionais para sua regularização.
Além disso, é importante lembrar que os custos habituais de um automóvel, como IPVA, licenciamento e seguro, também devem ser levados em conta.
Dicas para Participar com Segurança
Ao participar de um leilão, é recomendado seguir alguns passos para garantir uma compra segura:
Estude o edital: leia atentamente as regras do leilão e entenda as condições de venda.
Verifique a procedência: certifique-se de que o veículo não tem pendências legais.
Defina um orçamento: estabeleça um limite máximo de gastos e não ultrapasse.
Inspecione o veículo: se possível, veja o veículo pessoalmente ou solicite um relatório detalhado.
Adquira experiência: participe de leilões menores para entender o funcionamento e a dinâmica.
Por fim, é essencial utilizar apenas canais oficiais para se comunicar com o leiloeiro e sempre verificar a autenticidade das mensagens para evitar fraudes.
Comprar um veículo em leilão pode ser uma excelente oportunidade para economizar, mas também envolve riscos.
É crucial fazer uma análise cuidadosa do veículo e da documentação, além de considerar todos os custos envolvidos na regularização e manutenção.
Com a devida cautela, o leilão da Receita Federal pode ser uma alternativa interessante tanto para consumidores finais quanto para empresários do setor automotivo.
*Informações G1
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