Pretende viajar de carro neste feriadão? Veja como economizar muito no combustível

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 13 de novembro de 2024 às 16:00
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Medidas simples ajudam no momento de contabilizar as despesas de viagem

Os francanos que pretendem viajar neste feriadão de Proclamação da República devem adotar medidas para economizar no consumo de combustível.

Os preços dos combustíveis na bomba, mais especificamente do álcool, até tiveram uma ligeira queda nas semana anteriores, mas o preço continua pesando no bolso do consumidor.

Por isso, na hora de colocar o carro na estrada, cada centavo faz a diferença. Ainda mais quando se trata de viagens longas.

Dois profissionais especializados na mecânica dos automóveis dão dicas de economia ao volante em cinco passos. A redução de gastos pode chegar a 25%.

São ações simples, mas que podem fazer toda a diferença na hora da viagem de férias ou mesmo em deslocamentos curtos na cidade a trabalho ou para o lazer.

Antes de tudo, é preciso lembrar que cada veículo tem parâmetros de consumo diferentes entre si.

O gasto de combustível muda também quando se está no tráfego pesado das cidades ou em uma rodovia, onde os carros podem alcançar o que os técnicos chamam de “velocidade de cruzeiro”, emprestando o termo da aviação.

Se o condutor não consegue manter a média de consumo indicada (pela montadora), é preciso avaliar o combustível e a forma de condução, que são fundamentais para que o gasto fique dentro do estabelecido pelo fabricante — explica o técnico de Educação Profissional do Senai, Adilson Dantas,

Ar-condicionado: vilão ou aliado?

Entre as boas práticas para gastar menos gasolina, algumas já são velhas conhecidas dos condutores, mas podem fazer a diferença.

É o caso do uso do ar-condicionado, um dos principais vilões do consumo de combustível.

Manter o aparelho desligado pode fazer o motorista poupar até 25%, segundo o engenheiro Mecânico e de Automóveis Marcio D’Agosto, professor de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ. No inverno, não chega a ser um grande sacrifício.

“O ar-condicionado precisa de muita energia para acionar o compressor para que a refrigeração funcione de maneira satisfatória”, explica o professor.

Dantas observa que essa lógica vale principalmente para a cidade, onde o trânsito é mais intenso e inconstante, com mais paradas.

Em rodovias, afirma, é possível usar o ar-condicionado com menor gasto de combustível, principalmente se a viagem envolver longa distância:

“Nas estradas, quando o motorista está com uma velocidade mais estável, o ar condicionado vale a pena, porque o gasto se dilui no consumo geral”.

D’Agosto concorda e acrescenta: nas estradas ou vias expressas, onde a velocidade mais alta é permitida, é menos vantajoso dirigir com as janelas abertas:

“Com os vidros fechados, a resistência aerodinâmica é reduzida, e a economia de combustível pode chegar a 10%”.

Pé leve? Depende

Outra estratégia que faz parte da rotina de muitos motoristas é a redução da velocidade média. Muitos caminhoneiros adotam a prática, ainda que isso torne as viagens mais longas.

Para os especialistas, no entanto, a condução mais lenta não necessariamente faz o veículo poupar combustível.

O que interfere é se a velocidade é estável num determinado trecho, evitando acelerações e frenagens bruscas.

“O motorista precisa manter a rotação do motor na faixa de 2 mil RPM (rotações por minuto), trocando a marcha de maneira correta para ficar nesse nível”.

“Isso também vale para veículos pesados, mas no caso do ônibus e caminhões, é preciso olhar o que o fabricante indica” diz o professor da UFRJ.

Veículos automáticos, lembra, são em tese programados para cumprir a lógica de menor consumo, mas é preciso prestar atenção se o carro foi bem regulado e avaliar isso nas manutenções.

No caso dos carros convencionais, cabe ao motorista a boa condução. Segundo o especialista, a direção eficiente pode resultar numa economia de 5% a 20%.

A curva de consumo de combustível tem um ponto onde o gasto é mínimo, que é justamente a rotação que precisa ser mantida para que esse nível ótimo.

Se você acelera o motor, ele dispara as rotações. O que a marcha faz é justamente controlar a rotação em função da velocidade que você está trafegando.

‘Banguela’ ladeira abaixo? Nada disso

Nas descidas, conduzir o veículo em ponto morto, prática conhecida como “banguela”, além de muito perigoso para o caso de ser preciso frear, aumentando o risco de acidentes, não traz economia.

Os especialistas apontam que isso pode provocar desgaste excessivo no sistema de freio, principalmente em veículos mais pesados, o que pode gerar inclusive custos adicionais. O certo é descer com o veículo engrenado.

D’Agosto lembra que a manutenção em dia é essencial. Filtros de ar e combustível devem ser limpos com frequência e velas precisam ser trocadas, seguindo as recomendações do fabricante, e os pneus devem ser mantidos na calibragem recomendada. Tudo para melhorar a performance do veículo.

Carregar só o necessário

Além disso, peso excessivo deve ser retirado do porta-malas: a carga desnecessária sobrecarrega o veículo, que precisa de mais força para acelerar, e, por isso, consumir mais combustível.

Pense bem no que levar durante a viagem e fique só com o que realmente será necessário.

Já o peso do tanque, é relativo. Há quem diga que é mais econômico abastecer pouco a pouco ao longo da viagem para reduzir o peso do carro.

Para D’Agosto, abastecer menos para trafegar com o carro mais leve não traz muita economia, principalmente se o motorista eventualmente calcular mal o consumo e ficar sem combustível.

As paradas nos postos também vão afetar a performance geral, reduzindo o período em “velocidade de cruzeiro”. Dantas avalia que o abastecimento deve acompanhar o consumo:

“O tanque precisa estar na medida da sua necessidade. Ficar com o tanque cheio e não usar é carregar peso desnecessário, mas trafegar com pouco combustível também é perigoso e pode comprometer o desempenho do veículo”.

Para ambos os especialistas, o motorista precisa, sobretudo, abastecer em postos confiáveis, para evitar combustíveis adulterados ou de má qualidade, o que pode comprometer a mecânica do veículo. Aí o peso no bolso pode ficar muito maior. É preciso ficar de olho no consumo do carro:

“Basta anotar a quilometragem feita e o volume de combustível. Quanto maior a taxa de km por litro, melhor”, diz o professor da UFRJ.

*Informações O Globo


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