Vai viajar de carro nas férias? Veja como economizar até 25% na gasolina!

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 6 de julho de 2022 às 21:00
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Nos últimos 12 meses, o litro da gasolina subiu mais de 25%.Por isso, na hora de colocar o carro na estrada, cada centavo faz a diferença

Apesar da ligeira queda no preço dos combustíveis, é sempre bom economizar – foto Freepik

 

Os preços dos combustíveis na bomba até tiveram uma ligeira queda recentemente com o alívio nos impostos aprovado pelo Congresso. Mas, nos últimos 12 meses, o litro da gasolina subiu mais de 25%.

Por isso, na hora de colocar o carro na estrada, cada centavo faz a diferença.

Dois profissionais especializados na mecânica dos automóveis dão dicas de economia ao volante em cinco passos. A redução de gastos pode chegar a 25%.

São ações simples, mas que podem fazer toda a diferença na hora da viagem de férias ou mesmo em deslocamentos curtos na cidade a trabalho ou para o lazer.

Antes de tudo, é preciso lembrar que cada veículo tem parâmetros de consumo diferentes entre si.

O gasto de combustível muda também quando se está no tráfego pesado das cidades ou em uma rodovia, onde os carros podem alcançar o que os técnicos chamam de “velocidade de cruzeiro”, emprestando o termo da aviação.

Se o condutor não consegue manter a média de consumo indicada (pela montadora), é preciso avaliar o combustível e a forma de condução, que são fundamentais para que o gasto fique dentro do estabelecido pelo fabricante — explica o técnico de Educação Profissional do Senai, Adilson Dantas,

Ar-condicionado: vilão na cidade, aliado nas estradas

Entre as boas práticas para gastar menos gasolina, algumas já são velhas conhecidas dos condutores, mas podem fazer a diferença.

É o caso do uso do ar-condicionado, um dos principais vilões do consumo de combustível.

Manter o aparelho desligado pode fazer o motorista poupar até 25%, segundo o engenheiro Mecânico e de Automóveis Marcio D’Agosto, professor de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ. No inverno, não chega a ser um grande sacrifício.

“O ar-condicionado precisa de muita energia para acionar o compressor para que a refrigeração funcione de maneira satisfatória”, explica o professor.

Dantas observa que essa lógica vale principalmente para a cidade, onde o trânsito é mais intenso e inconstante, com mais paradas.

Em rodovias, afirma, é possível usar o ar-condicionado com menor gasto de combustível, principalmente se a viagem envolver longa distância:

“Nas estradas, quando o motorista está com uma velocidade mais estável, o ar condicionado vale a pena, porque o gasto se dilui no consumo geral”.

D’Agosto concorda e acrescenta: nas estradas ou vias expressas, onde a velocidade mais alta é permitida, é menos vantajoso dirigir com as janelas abertas:

“Com os vidros fechados, a resistência aerodinâmica é reduzida, e a economia de combustível pode chegar a 10%”.

Pé leve? Depende

Outra estratégia que faz parte da rotina de muitos motoristas é a redução da velocidade média. Muitos caminhoneiros adotam a prática, ainda que isso torne as viagens mais longas.

Para os especialistas, no entanto, a condução mais lenta não necessariamente faz o veículo poupar combustível.

O que interfere é se a velocidade é estável num determinado trecho, evitando acelerações e frenagens bruscas.

“O motorista precisa manter a rotação do motor na faixa de 2 mil RPM (rotações por minuto), trocando a marcha de maneira correta para ficar nesse nível”.

“Isso também vale para veículos pesados, mas no caso do ônibus e caminhões, é preciso olhar o que o fabricante indica” diz o professor da UFRJ.

Veículos automáticos, lembra, são em tese programados para cumprir a lógica de menor consumo, mas é preciso prestar atenção se o carro foi bem regulado e avaliar isso nas manutenções.

No caso dos carros convencionais, cabe ao motorista a boa condução. Segundo o especialista, a direção eficiente pode resultar numa economia de 5% a 20%.

A curva de consumo de combustível tem um ponto onde o gasto é mínimo, que é justamente a rotação que precisa ser mantida para que esse nível ótimo.

Se você acelera o motor, ele dispara as rotações. O que a marcha faz é justamente controlar a rotação em função da velocidade que você está trafegando.

‘Banguela’ ladeira abaixo? Nada disso

Nas descidas, conduzir o veículo em ponto morto, prática conhecida como “banguela”, além de muito perigoso para o caso de ser preciso frear, aumentando o risco de acidentes, não traz economia.

Os especialistas apontam que isso pode provocar desgaste excessivo no sistema de freio, principalmente em veículos mais pesados, o que pode gerar inclusive custos adicionais. O certo é descer com o veículo engrenado.

D’Agosto lembra que a manutenção em dia é essencial. Filtros de ar e combustível devem ser limpos com frequência e velas precisam ser trocadas, seguindo as recomendações do fabricante, e os pneus devem ser mantidos na calibragem recomendada. Tudo para melhorar a performance do veículo.

Carregar só o necessário

Além disso, peso excessivo deve ser retirado do porta-malas: a carga desnecessária sobrecarrega o veículo, que precisa de mais força para acelerar, e, por isso, consumir mais combustível.

Pense bem no que levar durante a viagem e fique só com o que realmente será necessário.

Já o peso do tanque, é relativo. Há quem diga que é mais econômico abastecer pouco a pouco ao longo da viagem para reduzir o peso do carro.

Para D’Agosto, abastecer menos para trafegar com o carro mais leve não traz muita economia, principalmente se o motorista eventualmente calcular mal o consumo e ficar sem combustível.

As paradas nos postos também vão afetar a performance geral, reduzindo o período em “velocidade de cruzeiro”. Dantas avalia que o abastecimento deve acompanhar o consumo:

“O tanque precisa estar na medida da sua necessidade. Ficar com o tanque cheio e não usar é carregar peso desnecessário, mas trafegar com pouco combustível também é perigoso e pode comprometer o desempenho do veículo”.

Para ambos os especialistas, o motorista precisa, sobretudo, abastecer em postos confiáveis, para evitar combustíveis adulterados ou de má qualidade, o que pode comprometer a mecânica do veículo. Aí o peso no bolso pode ficar muito maior. É preciso ficar de olho no consumo do carro:

“Basta anotar a quilometragem feita e o volume de combustível. Quanto maior a taxa de km por litro, melhor”, diz o professor da UFRJ.

*Informações O Globo


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