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Em 2024, o Brasil teve 6,49 milhões de casos da doença, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde
A vacina contra dengue, em dose única, produzida pelo Instituto Butantan, tem eficácia e segurança por 3,7 anos. Um estudo mostra que a proteção é de 89% contra os casos graves ou com sinais de alerta da doença.
É a primeira vez que uma vacina contra a dengue atinge esse patamar, porque os dois outros imunizantes já licenciados no mundo (a Dengvaxia, da Sanofi, e a Qdenga, da Takeda) não atingiram a segurança primária no acompanhamento de até cinco anos.
Os resultados do estudo clínico no Brasil divulgados na publicação científica The Lancet Infectious Diseases. A próxima etapa da pesquisa vai verificar a eficácia nos grupos etários acima dos 60 anos.
A vacina e o funcionamento
Uma pessoa pode ser reinfectada com o vírus da dengue e, depois por outro subtipo do vírus. Se isso ocorrer, há o risco de desenvolver uma doença grave. A vacina deve proteger contra os quatro tipos da dengue, que é o caso do imunizante do Butantan.
De acordo com o instituto, a vantagem é que a vacina pode ser administrada em dose única – um diferencial entre todos os imunizantes atualmente disponíveis.
Busca pela eficiência
A vacina é composta pelos quatro vírus atenuados e induz a produção de anticorpos sem causar a doença e com poucas reações adversas. Desde 2009, os pesquisadores do Butantan estudam a produção da vacina contra o vírus.
O imunizante foi administrado em mais de 16 mil pessoas e, atualmente, a equipe acompanha os últimos voluntários incluídos.
Análise do estudo
No estudo publicado na revista científica, foram analisados 16.235 pessoas, de 2 a 59 anos, entre fevereiro de 2016 e julho de 2019. Essas pessoas não foram vacinas contra a dengue e receberam, de forma aleatória, o imunizante, de dose única, ou injeção contendo substância placebo (inócua).
A primeira análise dos participantes indicou eficácia de 79,5% da vacina em proteger contra infecção pelo vírus da dengue em até dois anos.
O novo artigo traz a segunda análise do ensaio, com a média de acompanhamento de 3,7 anos (2 a 5 anos), e apresentou leve diminuição na eficácia geral da vacina, de 67,3% para os tipos 1 e 2 combinados.
Variações conforme o tipo da doença
Contra a dengue tipo 1, a eficácia foi maior, de 75,8%, e de 59,7% contra o tipo 2. Não houve eficácia para os tipos 3 e 4 porque não foram detectados casos desses sorotipos no período.
Apenas 6,2% dos participantes reportaram efeitos adversos da vacina, similar ao do grupo que recebeu o placebo (6,6%).
Os pesquisadores agora partem para uma outra etapa da pesquisa. Eles querem verificar a eficácia na população acima de 60 anos – faixa etária em que há registros de muitas mortes.
O estudo completo foi publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases.
6 milhões de casos
A dengue é uma doença viral. Segundo o portal Só Notícia Boa, há relatos de a maioria dos casos ser na forma leve, porém, em situação de segunda infecção por outro sorotipo do vírus (1,2,3 e 4) pode levar a situações mais graves.
Em 2024, o Brasil registrou 6,49 milhões de casos da doença, segundo o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde.