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O chamado “paradoxo da escolha” não vale apenas para qual conteúdo assistir a seguir, mas também qual plataforma assinar.
O criador de conteúdo e gestor de sistemas da informação Alan David Andrade, de 43 anos, precisou tomar uma decisão.
Apesar da vontade de ter assinatura de todos os serviços de streaming disponíveis no Brasil, ele percebeu que não é possível.
“Conforme vão passando os meses, você nota que não assiste a tudo e o orçamento aperta”, diz. Com isso, decidiu que assinaria só os serviços oferecidos pelas empresas com descontos ou promoções.
Nesse esquema, assina Disney+ e Star+ dentro de um plano de descontos do Mercado Pago, desembolsando R$ 9,90 por mês; HBO Max, que conseguiu na promoção de lançamento da plataforma, com 50% de desconto na mensalidade de R$ 27,90; e o Amazon Prime Video, com valor anual de R$ 89,00, para não sofrer mais reajustes. Ele ainda tem o Paramount+, gratuito por conta de uma promoção de seu pacote de internet.
Alan não é o único a sentir que existe uma explosão de conteúdo. Afinal, de acordo com um levantamento da BB Media, consultoria do mercado de mídias, são 62 plataformas de streaming apenas no Brasil.
Na América Latina, passa de 650, reunindo 150 mil títulos entre filmes, séries e programas. “Chegamos ao ‘topo do bolso’ do usuário”, explica Mercedes Mendes, analista da BB Media. “As pessoas não conseguem assinar mais nada.”
Ao colocar na ponta do lápis, é um custo que assusta. Quem assinar os principais serviços de streaming no Brasil (Netflix, Disney+, Star+, HBO Max, Amazon Prime Video, Telecine, Globoplay, Apple TV+, Paramount+ e Starzplay), sem pacotes de desconto e optando por opções mais caras de cada uma dessas plataformas, vai desembolsar quase R$ 300. Isso sem contar serviços mais voltados para nichos, como Discovery+ e MUBI.
Com isso, o chamado “paradoxo da escolha” não vale apenas para qual conteúdo assistir a seguir, mas também qual plataforma assinar.
Segundo o portal O Tempo, nesse cenário, surgem saídas como a de Alan Andrade, que só assina os serviços disponíveis em pacotes ou promoções. Há também cada vez mais casos de “pulos entre plataformas”.
“A pessoa assina HBO Max, assiste Batman e depois já cancela a assinatura”, exemplifica Mercedes Mendes.
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Por fim, outra opção é compartilhar contas com amigos e familiares, dividindo a mensalidade. É o caso da consultora tributária Paolla Braga, de 32 anos. Hoje, ela usa os serviços Globoplay, Netflix, HBO Max, Disney+, Star+, Amazon Prime Video, Claro TV e Telecine. No entanto, ela não paga toda essa conta sozinha.
Essa prática de dividir contas, aliás, é mais comum do que se pensa – e as empresas estão de olho nisso.
A Netflix, depois de apresentar crescimento abaixo da projeção de mercado no primeiro trimestre deste ano, começou a testar um modelo para impedir que cerca de 100 milhões de famílias, de acordo com dados de balanço, usem o serviço de graça devido ao repasse de senhas. Já foram feitos testes e a restrição será implementada em breve.
Com tantas opções de assinatura em um mercado que parece cada vez mais saturado, um último horizonte se abre: os serviços gratuitos ou que cobram valores mais baixos com anúncios.
A Netflix, para compensar a caça ao compartilhamento de contas, já firmou uma parceria com a Microsoft para oferecer um plano com anúncios. A ideia é que os usuários paguem bem menos se toparem receber anúncios. Netflix lucra mais, o usuário economiza.