USP investiga 21 pessoas suspeitas de fraudar sistema de cotas no vestibular

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  • Publicado em 29 de dezembro de 2019 às 12:48
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:11
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3.595 vagas foram destinadas a candidatos que se autodeclararam pretos, pardos ou indígenas

A Universidade de São Paulo (USP) está investigando ao menos 21 estudantes por suspeita de haver fraudes no sistema de cotas da instituição. 

Parte dos ingressantes já pediu o cancelamento da matrícula em meio à apuração do caso. Alunos da USP e o movimento negro realizaram as denúncias, segundo a Folha de São Paulo. Pessoas de olhos azuis e de ascendência asiática estão entre os investigados. 

Os casos estão sendo avaliados por uma comissão escolhida pela Pró-Reitoria de Graduação da USP, analisado juridicamente pela Procuradoria-Geral da instituição. Ao todo, 3.595 vagas foram destinadas para candidatos que se autodeclararam pretos, pardos ou indígenas nos vestibulares de 2018 e 2019.

Desde 2018, o Comitê Antifraude, da USP, criado por alunos, recebeu cerca de 400 denúncias, entre elas, algumas relacionadas às cotas raciais. Cerca de 50 casos suspeitos foram encaminhados pelo grupo às instâncias oficiais da universidade .

As cotas foram implantadas em 2018 com o intuito de promover maior presença de estudantes negros nas universidades públicas. Com o programa, o número de afrodescendentes nas instituições superiores passou de 17% para 25% em cinco anos.

Por ser gradual, 37% das vagas foram destinadas a pessoas egressas de escolas públicas em 2018. Já em 2019, a proporção subiu para 40%. No próximo ano, o índice chegará a 50%. Dentro desse esquema de divisões, 37,5% das vagas vão para estudantes pretos, pardos e indígenas .


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