Uso excessivo de telas por crianças nas férias pode causar prejuízos sérios; entenda

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 4 de janeiro de 2025 às 08:30
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Pais e cuidadores devem se atentar para os limites diários de exposição para não causar danos à saúde dos pequenos

Com mais tempo livre durante as férias, crianças passam a ficar mais horas usando telas – foto Arquivo

 

Com as férias escolares e mais tempo livre, o uso excessivo de telas por crianças se torna uma preocupação crescente para pais e educadores.

Especialistas apontam que o contato prolongado com dispositivos eletrônicos pode afetar o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional dos pequenos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que crianças pequenas evitem completamente o uso de telas, enquanto a Sociedade Brasileira de Pediatria sugere limites claros para as demais faixas etárias:

2 a 5 anos: até 1 hora por dia;
6 a 10 anos: até 2 horas por dia;
Pré-adolescentes e adolescentes: no máximo 3 horas diárias.

Entretanto, estudos mostram que crianças e adolescentes no Brasil passam, em média, 6 horas por dia em dispositivos eletrônicos.

Os prejuízos do tempo excessivo de tela

Segundo a psicóloga Diana Quintella, diretora da escola Minime Educação Infantil, crianças que passam muito tempo em frente a telas deixam de realizar atividades essenciais para um crescimento saudável, como brincar ao ar livre e interagir socialmente. Isso compromete habilidades importantes como paciência, resiliência e comunicação.

Além disso, o uso excessivo de telas pode prejudicar o sono e aumentar o risco de sedentarismo e obesidade.

O oftalmologista Gustavo Bonfadini destaca problemas oftalmológicos comuns, como fadiga ocular digital, síndrome do olho seco e aumento da miopia, especialmente em crianças que passam longos períodos em ambientes fechados sem atividades ao ar livre.

Estratégias para reduzir o uso de telas

Diana sugere que pais e cuidadores sejam modelos de comportamento, evitando o uso excessivo de celulares e dispositivos eletrônicos na frente das crianças.

Conversar sobre os riscos e oferecer alternativas de lazer são medidas eficazes. Algumas sugestões incluem:

Atividades ao ar livre: brincadeiras, esportes e passeios em família;
Jogos analógicos: tabuleiro, quebra-cabeças e pintura;
Artes e música: dança, desenho e leitura.

Para períodos em que os pais estão ocupados, colônias de férias com foco em atividades físicas e interações sociais podem ser boas opções.

A luz azul e o sono das crianças

O uso de dispositivos eletrônicos à noite pode prejudicar o sono das crianças, pois a luz azul bloqueia a produção de melatonina, o hormônio responsável pelo descanso.

A lighting designer Adriana Tedesco recomenda o uso de óculos bloqueadores de luz azul e projetos de iluminação residencial que induzam ao sono.

Bonfadini reforça a necessidade de pausas regulares durante o uso de telas e atividades ao ar livre como medidas complementares para proteger a saúde ocular e geral dos pequenos.

Manter o equilíbrio no uso de dispositivos eletrônicos é fundamental para o bem-estar e o desenvolvimento das crianças.

Limitar o tempo de tela, oferecer alternativas saudáveis e priorizar o convívio social são passos essenciais para garantir um futuro mais saudável e feliz para os pequenos.

*Informações Casa e Jardim


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