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Com pandemia de covid-19, 35 milhões de crianças e jovens ficaram longe das salas em todo o Brasil
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançou o guia Busca Ativa Escolar em Crises e Emergência, para apoiar estados e municípios na garantia do direito à educação de crianças e adolescentes durante a pandemia da covid-19.
Segundo o Unicef, diante da pandemia, as escolas precisaram ser fechadas, deixando cerca de 35 milhões de crianças e jovens longe das salas de aula.
Foram criadas opções para a continuidade da aprendizagem em casa, mas nem todos estão conseguindo manter o processo de aprendizagem, principalmente os mais vulneráveis.
Para reverter esse quadro, mesmo enquanto as escolas ainda estão fisicamente fechadas, o Unicef afirma que é preciso ir atrás de cada um dos alunos e tomar as medidas necessárias para que consigam retomar os estudos.
Esta é a proposta do Busca Ativa Escolar, estratégia lançada em 2017 e agora adaptada para situações de calamidade pública e emergências, como a pandemia da covid-19
O guia visa a ajudar as escolas no seu planejamento de reabertura ou de readequação de ações. Está dividido em três seções, com orientações para potencializar a busca ativa e enfrentar a crise, e orientações para o acolhimento e o cuidado dentro das escolas, divididos por etapa escolar. Além disso, traz conteúdos de referências que podem ser usados pelos municípios.
“Não há como definir uma data única de volta às aulas presenciais no país, que tem de ser decidida de acordo com a situação epidemiológica de cada estado e município. Mas a preparação das redes escolares para a reabertura de maneira segura deve ser prioridade absoluta em todo o país, assim como a busca ativa de quem não está conseguindo aprender com as escolas fechadas”, disse a representante do Unicef no Brasil, Florence Bauer.
De acordo com o Unicef, o fechamento das escolas gerou significativo impacto negativo na aprendizagem, na nutrição, pois muitas crianças dependem da merenda escolar, e na segurança dos jovens, em especial os mais vulneráveis.
Segundo a agência da ONU, mesmo com as opções de atividades para a continuidade das aprendizagens em casa, pelo menos 4,8 milhões de crianças e adolescentes em todo o Brasil não têm acesso à internet em casa, “além de outros milhões com acesso precário ou falta de equipamento, não podendo manter o vínculo com a escola durante todo o período de isolamento social”. Esses fatores, somado a questões econômicas, contribuem para a evasão.
“A exclusão escolar afeta os mais vulneráveis. Há 6,4 milhões de meninas e meninos que já estavam com dois ou mais anos de atraso escolar, e correm o risco de não conseguir mais voltar. E há, ainda, mais de 1,7 milhão que já estavam fora da escola antes da pandemia, e estão ficando cada vez mais longe dela”, afirmou o chefe de Educação do Unicef no Brasil, Ítalo Dutra.
De acordo com o Unicef, além de encontrar as crianças que estão fora da escola, ou em risco de abandonar, é fundamental preparar as unidades para receber os estudantes em segurança, diminuindo os riscos de infecção pelo novo coronavírus.
Isso inclui adaptações no ambiente escolar que mantenham estudantes, famílias e profissionais de educação protegidos, como adaptações no transporte escolar, na ventilação das salas de aulas e no acesso à água e saneamento nas escolas, entre outros pontos.
Segundo a agência da ONU, há também que se investir em práticas pedagógicas e apoio psicossocial a educadores e profissionais para a retomada.
O guia é uma parceria do Unicef com a Undime, o Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. As informações são da Agência Brasil.