Unesp investe em inclusão digital para estudantes sem condições financeiras

  • Entre linhas
  • Publicado em 4 de junho de 2020 às 19:52
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:48
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Universidade compra 3.000 chips a alunos com falta de acesso ou acesso precário à internet

Até 3.000 estudantes de graduação da Unesp em situação de vulnerabilidade socioeconômica, sem acesso ou com acesso limitado ao mundo digital de suas casas, terão internet paga pela Universidade ao longo dos próximos seis meses, totalizando 360 terabytes (TB) de dados de acesso à internet, divididos em 60TB por mês –considerando a utilização de todos os chips.

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Unesp chegou ao número de 3 mil chips de telefonia móvel a serem distribuídos aos estudantes a partir de um levantamento feito junto aos conselhos de curso. 

A quantidade poderá ser ampliada, caso haja necessidade, de acordo com a Prograd.

Para viabilizar a compra dos chips, diversas áreas da administração central se uniram nas últimas semanas, em um esforço conjunto que contou com o apoio da Pró-Reitoria de Planejamento Estratégico e Gestão (Propeg), da Coordenadoria Geral de Bibliotecas (CGB), da Coordenadoria de Permanência Estudantil (Cope) e da Coordenadoria de Tecnologia da Informação (CTInf).

A aquisição desse pacote de dados foi decidida com base no levantamento de custos e no comparativo técnico das diferentes propostas apresentadas para escolher aquela que atendesse às características singulares da Unesp, que tem câmpus em 24 cidades e alunos espalhados por todo o Estado de São Paulo e por outras regiões do país”, afirma o coordenador da CTInf, professor Ney Lemke.

Após negociações com empresas de telefonia móvel, de modo a conseguir o melhor custo-benefício na aquisição, os chips chegaram à Reitoria nesta semana e o primeiro lote deles deve ser enviado às Unidades nesta quinta-feira, 04.

Os alunos contemplados nesta primeira distribuição são aqueles cujos cursos já têm disciplinas com atividades remotas ou com previsão de retomada das atividades não presenciais aprovada pela Congregação e/ou Conselho Diretor da Unidade. 

As remessas adicionais às Unidades serão realizadas nas próximas semanas, conforme os cursos forem atualizando suas demandas. 

Segundo a Prograd, a distribuição dos chips aos estudantes ficará sob a responsabilidade de cada Unidade.


Esta iniciativa vem ao encontro de solucionar um dos principais problemas verificados com relação à graduação no enfrentamento da pandemia: a falta de acesso ou o acesso precário à internet por uma parcela dos alunos de graduação. 
Entre as três universidades estaduais paulistas, a Unesp é a que mais avançou no processo de inclusão de alunos das escolas públicas, por ter iniciado seu processo de reserva de vagas no vestibular antes, já no vestibular 2014.
Atualmente, mais da metade dos nossos alunos é oriundo da escola pública”, afirma a pró-reitora de Graduação, professora Gladis Massini-Cagliari.

Inclusão digital

Para o professor Mário Sergio Vasconcelos, coordenador da Coordenadoria de Permanência Estudantil (Cope), a distribuição dos chips não se trata de uma simples implementação de novas tecnologias, mas de um processo de transformação com ações pedagógicas ativas, “com a incorporação de tecnologias para favorecer as atividades-fim da universidade: pesquisa, ensino e extensão”.

Sem inclusão digital, não é possível que todos os estudantes possam participar de atividades didáticas em modalidades variadas. Nas últimas décadas, surgiram várias vertentes de ensino e aprendizagem que incluem aulas presenciais e a mediação docente para o uso de tecnologias e plataformas interativas que vão ao encontro do perfil e dos desejos dos alunos que ingressam atualmente na Universidade”,  analisa o coordenador da Cope, professor Mário Sérgio Vasconcelos. 

Com os chips, também será encaminhado às Unidades um manual com orientações para que o pacote de dados seja ativado. 

A iniciativa da Unesp está em consonância com o Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), que é direcionado principalmente aos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Neste cenário de pandemia e de isolamento que estamos vivendo, a inclusão digital ganha ainda maior importância, pois a universidade precisa garantir o acesso à informação e à comunicação para toda a comunidade universitária. Os discentes precisam ter condições de participar integralmente das atividades que estão sendo desenvolvidas na universidade, sejam atividades acadêmicas ou atividades relacionadas ao acolhimento, segurança e saúde”, diz Mário Sérgio Vasconcelos.



+ Educação