Unesp é a 2ª universidade do Brasil em ranking que avalia produção científica

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  • Publicado em 29 de agosto de 2019 às 10:50
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:46
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CWTS Leiden Ranking considerou para a classificação publicações e citações de 2014 a 2017

A ​edição de 2019 do CWTS Leiden Ranking listou a Unesp como a segunda universidade do Brasil e da América Latina em quantidade de produção de trabalhos acadêmicos –o primeiro lugar ficou com a USP. No período de 2014 a 2017, recorte desta classificação, foram consideradas 6.325 publicações e citações da Unesp.

Produzido desde 2011 pela Leiden University, da Holanda, o ranking avalia a produção científica das universidades e considerou para a classificação desta última edição os dados de publicações e citações entre os anos de 2014 e 2017 retiradas da base de dados da Web of Science, gerenciada pela Clarivate Analytics.

A lista traz 23 universidades classificadas no Brasil e 31 na América Latina. No mundo, em quantidade de produção, a Unesp está classificada na 138ª posição entre as 963 instituições avaliadas. Importante que tais posições são relacionadas ao número e a proporção de publicações de uma universidade que, em comparação com outras publicações no mesmo campo e no mesmo ano, pertencem aos 1% mais citados com mais freqüência.

O resultado completo do ranking pode ser conferido neste link: https://www.leidenranking.com/ranking/2019/list

Critérios
Existem alguns critérios utilizados para a utilização dos dados de publicações das universidades, os quais garantem que o ranking seja produzido com informações de alta relevância. Seguem abaixo:

– A publicação deve ser escrita em inglês

– A publicação tem um ou mais autores

– A publicação não foi retirada

– A publicação apareceu em um jornal central

– A revista tem um escopo internacional, conforme refletido pelos países nos quais os pesquisadores que publicam na revista e citam a revista estão localizados

– A revista tem um número suficientemente grande de referências a outras revistas principais, indicando que a revista está situada em um campo que é adequado para análise de citações

O ranking é produzido majoritariamente com informações transparentes de publicação acadêmica não envolvendo critérios subjetivos como formulários de reputação ou premiações. Os dados apresentados no portal do ranking podem ser manipulados pelo usuário de modo a facilitar a avaliação dos dados. Uma das formas de agrupar os dados é pela área do conhecimento, mostradas abaixo:

– Biomedical and health sciences (Ciências da Saúde e Biomédicas)

– Life and earth sciences (Ciências da Natureza)

– Mathematics and computer science (Matemática e Ciência da Computação)

– Physical sciences and engineering (Ciências Físicas e Engenharias)

– Social sciences and humanities (Ciências Sociais e Humanidades)

Uma outra forma mais técnica de visualização dos dados é por meio dos indicadores de desempenho, mostrados abaixo:

– Scientific impact (Impacto científico)

– Collaboration (Colaboração)

– Open access publishing (Publicação de acesso aberto)

– Gender diversity (Diversidade de gênero)

Além do tipo de agrupamento que pode ser feito por meio dos indicadores, ainda é possível ordenar os dados de cada indicador pela qualidade desejada por meio de subindicadores, os quais são apresentados abaixo:

– P (top 1%) e PP (top 1%): O número e a proporção de publicações de uma universidade que, em comparação com outras publicações no mesmo campo e no mesmo ano, pertencem aos 1% mais citados com mais frequência

– P (top 5%) e PP (top 5%): O número e a proporção de publicações de uma universidade que, em comparação com outras publicações no mesmo campo e no mesmo ano, pertencem aos 5% mais citados com mais frequência

– P (top 10%) e PP (top 10%): O número e a proporção de publicações de uma universidade que, em comparação com outras publicações no mesmo campo e no mesmo ano, pertencem aos 10% mais citados com mais frequência.

– P (top 50%) e PP (top 50%): O número e a proporção de publicações de uma universidade que, em comparação com outras publicações no mesmo campo e no mesmo ano, pertencem aos 50% mais citados com mais frequência.

O mesmo pode ser feito para os indicadores de Colaboração, Publicação de Acesso Aberto e Diversidade de Gênero. Além dessas organizações, ainda é possível ordenar os dados por país e por quantidade mínima de publicação.

Assim, é muito importante que as análises desse ranking sejam corretamente indicadas, pois a mudança da ordem de qualidade ou forma de apresentação dos dados interfere diretamente no resultado apresentado.

No caso da Unesp, em quantidade de produção, o segundo lugar no Brasil e na América Latina e a 138ª posição na classificação mundial estão relacionados ao número e a proporção de publicações de uma universidade que, em comparação com outras publicações no mesmo campo e no mesmo ano, pertencem aos 1% mais citados com mais frequência. 

Importante destacar que os resultados do CWTS Leiden Ranking mostram o alcance e a relevância da produção científica da Unesp.

Para se ter melhor observação desse fato, ao selecionar os dados de universidades que tenham publicado uma quantidade mínima de 5.000 artigos no período avaliado, apenas 215 universidades permanecem elencadas, ou seja, aproximadamente 20% do total tem alta produção, incluindo USP, Unesp, Unicamp e Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nessa ordem. Na América Latina, não há nenhuma universidade fora do Brasil que tenha esta capacidade de competir frente às grandes universidades mundiais.

Impacto científico
Em termos de impacto científico, fazendo um comparativo com o MIT (Massachusetts Institute of Technology), dos EUA, que teve a melhor classificação neste indicador com 4,2% de sua publicação pertencendo ao top 1%, a Unesp apresentou 0,4% de sua produção neste exímio estrato. Isso indica que a Universidade está posicionada no grupo de elite das instituições brasileiras e é referência no país para diversos campos do conhecimento.

As Figuras I e II ilustram a relação entre a quantidade de publicação e a sua qualidade associada. Na Figura I, são apresentadas as 15 universidades mais bem classificadas no ranking mundial segundo a qualidade da produção, sendo esta avaliada pela proporção de artigos que pertencem ao estrato do top 1% de cada área do conhecimento.

Figura I – Quinze primeiras colocadas no ranking CWTS 2019 segundo o indicador Impacto Científico

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Fonte: https://www.leidenranking.com/ranking/2019/list

A Figura II apresenta as 15 melhores universidades brasileiras classificadas segundo a proporção dos artigos pertencentes ao top 1% de cada área. A primeira coluna foi adicionada com a posição no ranking global de cada universidade e foi dado destaque por meio de quadros vermelhos para as proporções, as quais são basicamente divididas em dois grandes grupos.

Fica evidente que são poucas as universidades que conseguem uma quantidade superior a 20 artigos dentro dos top 1% mais importantes das áreas –a Unesp é uma delas, com 25 artigos nesse estrato.

Figura II – Quinze primeiras colocadas no Brasil no ranking CWTS 2019 segundo o indicador Impacto Científico

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Fonte: https://www.leidenranking.com/ranking/2019/list – adaptado

A Unesp tem, nos rankings universitários, uma importante fonte de informação: não como elemento direcionador de políticas, mas sim como subsídio à autorreflexão e ao desenvolvimento de ações indutoras.


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