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Estudiosos e psicólogos acreditam que mesmo um intervalo de alguns dias sem acessar perfis pode fazer diferença
Muitas pessoas colocaram como meta uma relação mais saudável com as redes sociais em 2023 – foto Freepik
É possível que muita gente tenha entre seus objetivos para 2023 uma relação mais saudável com seus celulares e contas em redes sociais.
E se é o seu caso, deixar seu perfil no Instagram, TikTok ou Twitter de lado pode trazer benefícios para a saúde mental.
Estudo publicado em março do ano passado por um grupo de estudiosos da Universidade de Bath, na Inglaterra, sugere que um jejum de 7 dias de plataformas sociais já oferece efeitos positivos contra ansiedade e depressão.
“Claro que mídias sociais são parte da vida de muita gente, é parte indispensável de quem são e como interagem com o outro”, disse à Business Insider o dr. Jeff Lambert, autor-chefe do estudo.
“Mas se você passa horas toda semana ‘rolando’ o feed e sente que isso te impacta negativamente, pode valer a pena diminuir o uso e ver se isso ajuda”.
Vale salientar que o estudo notou apenas flutuações nos níveis de stress e ansiedade (eles diminuíram entre o grupo de voluntários que ficou de fora das redes, e aumentou para quem permaneceu conectado).
A equipe não argumenta que essas plataformas levem diretamente ao aparecimento desses quadros. O estudo foi realizado com 154 pessoas entre 18 e 72 anos cujo uso diário médio é de oito horas por semana.
“O que mais vejo no consultório são pais reclamando que os filhos estão só no celular, filhos reclamando de pais distantes, maridos reclamando das parceiras”, diz a dra. Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC de SP.
“Com o uso excessivo das redes sociais, a pessoa deixa sua vida de lado, deixa sua realidade para fazer parte de uma realidade que não existe”.
“O ideal é não ficar mais de 2 horas por dia”, explica. “É claro que as pessoas trabalham com internet, tem essa questão do dia a dia, mas estou falando da rede social como distração”, conclui.
A Dra. Gebrim vê sentido no resultado da pesquisa inglesa, no sentido que mesmo uma pausa breve pode abrir a pessoa a rotinas alternativas – e mais desconectadas.
O uso viciado de plataformas como Instagram e Twitter, diz, libera no organismo um hormônio chamado dopamina, que também gera dependência.
“Quanto mais você fica preso ao estímulo, mais se sente dependente. O ideal é dar uma pausa, para fazer com que a pessoa tenha um tempo de criar outros hábitos, ou fortalecer hábitos mais saudáveis”.
A prof. Andrea Jotta sugere uma abordagem calculada, que exclua as redes sociais de certos horários do dia e até cômodos do quarto.
Vale “tentar aos poucos tirar dispositivos conectados do quarto, não acessar de manhã, nem de madrugada”.
“É sempre bom lembrar que internet não é ar, não é comida, não é nada disso, você consegue muito bem viver sem”, diz.
O próprio sistema operacional do iPhone, através do recurso Tempo de Uso, assim como o do Android, via a seção Bem-estar digital também nas Configurações, ajudam usuários a entender quantas horas do dia passa vendo aplicativos.
Para a dra. Vanessa Gebrim, essas ferramentas podem ser importantes para dosar o uso, mas é necessária uma auto-avaliação antes de tudo.
“Acho que a primeira coisa é trazer a consciência de como esse excesso pode prejudicar, de quanto isso está sendo prejudicial para a vida da pessoa”, diz.
*Informações GQ Brasil