Uma breve meditação pode ajudar as pessoas a lidarem melhor com a dor

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 22 de fevereiro de 2020 às 02:54
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:24
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Defensores da prática afirmam que a meditação ajuda com tudo, desde estresse e pressão alta até depressão

Uma pequena dose de atenção plena (ou “mindfulness”) pode facilitar sua percepção de dor e emoções desagradáveis, sugere um novo estudo. 

As pessoas que praticaram um breve exercício de pensamento antes de tocar em algo quente ou ver imagens negativas foram menos afetadas do que quando não estavam praticando a atenção plena, descobriram os pesquisadores.

Atenção plena e meditação – o conceito de focar seus pensamentos em algo específico, geralmente o ambiente atual ou como o corpo se sente no momento – têm atraído muita atenção nos últimos anos. 

Os defensores da prática afirmam que a meditação regular pode ajudar com tudo, desde estresse e pressão alta até depressão clínica. 

Mas a evidência para essas alegações se baseou amplamente no feedback auto-relatado de pessoas que já praticam meditação.

Esta nova pesquisa, publicada em janeiro na revista Social Cognitive and Affective Neuroscience, baseia-se em um teste controlado, embora muito pequeno, de pessoas sem experiência anterior com meditação.

Foi solicitado a dezessete voluntários saudáveis ​​que fossem submetidos a dois cenários diferentes enquanto seus cérebros eram examinados. 

Em um teste, eles tiveram que olhar para as imagens tiradas de um banco de dados estabelecido há muito tempo, selecionado para fazer com que alguém se sentisse negativo ou neutro. 

Embora o banco de dados não seja público para garantir sua característica inovadora, um exemplo de imagem negativa pode incluir um corpo mutilado, enquanto uma imagem neutra pode ser uma cadeira. 

No outro teste, eles tinham um dispositivo aplicado no antebraço que provocava uma sensação quente ou dolorosamente quente.

Na metade do tempo, em ambos os testes, os voluntários foram convidados a reagir naturalmente ou a praticar um exercício de atenção plena que haviam aprendido antes do experimento. 

No teste de temperatura, por exemplo, os voluntários que tentavam ficar atentos foram informados: 

“Se você sentir uma sensação de calor no antebraço, deve simplesmente prestar atenção ao que é sentido, sem fazer nenhum julgamento sobre essa sensação ser ‘boa’ ou ‘ruim’”.

Em média, os voluntários relataram sentir menos dor e emoção negativa ao meditar do que ao reagir normalmente. 

Esses sentimentos também pareciam estar alinhados à atividade cerebral reduzida em certas áreas do cérebro que nos ajudam a processar a dor e a emoção. 

Ao mesmo tempo, não houve aumento da atividade cerebral em áreas responsáveis ​​pelo pensamento consciente e pela tomada de decisões, sugerindo que as pessoas não estavam simplesmente tentando afastar seus maus sentimentos.

Por mais bacana que o estudo seja, ele se baseia em um tamanho de amostra muito pequeno, por isso não podemos acreditar cegamente nos resultados. 

Assim como em qualquer outro tratamento ou intervenção médica, a atenção plena pode não ser adequada para todos. 

Mas, dada a relativa falta de opções para tratar a dor, definitivamente vale a pena estudar mais. 

Pelo menos um estudo randomizado mostrou que a atenção plena pode ajudar as pessoas que vivem com dor crônica a lidar melhor com sua condição, embora não necessariamente reduzindo sua percepção da dor.

“A capacidade de focar no momento em que ocorre dor ou emoções negativas sugere que pode haver benefícios clínicos para a prática da atenção plena em condições crônicas também – mesmo sem longa prática de meditação”.

Foi o que disse o autor principal Hedy Kober, professor associado de psiquiatria e psicologia na Yale University, em comunicado divulgado pela universidade.


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