TUDO É SOM. TUDO É FREQUÊNCIA. TUDO É ONDA.

  • Fofocas Musicais
  • Publicado em 13 de outubro de 2019 às 21:59
  • Modificado em 8 de abril de 2021 às 14:23
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Convido as gerações atuais, adultos, que podem interferir na sociedade de uma forma ou de outra, que atentem para as várias culturas existentes no mundo e o resultado de suas condutas, sucessos e insucessos, mediante o cuidado que se tem com a música que se professa no país, e a música a que as crianças são submetidas desde cedo.

No livro O PODER OCULTO DA MÚSICA – a transformação do homem pela energia da música – de David Tame, ele nos convida no próprio título a repensar o que a música traz para cada cultura.

Num de seus capítulos, “ A MÚSICA COMO MOLDE PARA A SOCIEDADE”  Peço licença para transcrever um trecho apenas :

“Tomemos a China como exemplo:

“ Todos os anos, no segundo mês, poderia encontrar-se o Imperador Shun jornadeando para o Leste, a fim de passar revista ao seu reino e certificar-se de que tudo estava em ordem no imenso território. Entretanto, não o fazia verificando os livros de contabilidade das diferentes regiões. Nem observando o modo de vida da população, nem recebendo petições dos súditos. E tampouco entrevistando os funcionários regionais em posição de mando. Não, não empregava nenhum desses métodos, Pois na China antiga se supunha haver um método muito mais revelador, acurado e científico de averiguar o estado da nação. De acordo com o antigo texto chinês Shu King , o imperador Shu Shun percorria os diferentes territórios e … experimentava as alturas exatas das suas notas musicais.

De volta ao palácio, se desejasse controlar a eficiência do governo central, que fazia ele? Buscava pareceres de entendidos em traçar normas de viver? Examinava a economia, ou o estado da opinião pública?

O imperador não desconhecia nenhum dos métodos acimae, em determinadas ocasiões, é possível que recorresse a todos eles. Mas, o mais importante, cria ele, era ouvir e verificar as cinco notas da antiga escala musical chinesa. Mandava vir à sua presença os oito tipos de instrumentos musicais conhecidos na China e ordenava que fossem tocados por músicos. Em seguida, ouvia as canções populares locais e as árias cantadas na própria corte, verificando se toda essa música estava em perfeita correspondência com os cinco tons. (…) Consoante a filosofia dos antigos chineses, a música era a base de TUDO. Eles acreditavam, em particular, que todas as civilizações se afeiçoam e moldam de acordo com o tipo de música que nelas se executa.. A música de uma civilização era melancólica, romântica? Nesse caso, o próprio povo seria romântico. Era vigorosa e militar? Então, os vizinhos dessa nação devem se acautelar. Além disso, uma civilização permanecia estável e inalterada enquanto a sua música permanecesse inalterada. Mas o mudar da música ouvida pelo povo levaria inevitavelmente a uma mudança do próprio estilo de vida.”

Por este pequeno trecho deste livro precioso que nos traz reflexões importantíssimas, podemos parar e pensar por que tantas ações passionais? Por que tantos crimes passionais? Por que tanta depressão? A música deveria trazer alento à alma, alegria, amor à vida, porque os sons podem provocar a mudança de humor. Mas o que temos? Sexo, ações primitivas, instinto, agressividade, pessoas jogando nos microfones suas piores frustrações para milhares de pessoas.

(…) E se a música que o imperador ouvisse executada nas aldeias tivesse desatado a tornar-se vulgar e imoral, não duvidaria o imperador de que a própria imoralidade se estenderia pela nação, a menos que se fizesse alguma coisa para corrigir a música.”

Vejam o quanto é sério tudo isso. A gravidade do som que se ouve ser curativo ou altamente destrutivo em qualquer sentido.

O mesmo nível de importância que os políticos de hoje atribuiriam a assuntos miliares ou econômicos, atribuía Confúcio à música do reino.”

David Tame – O poder oculto da música – trechos das páginas 16 e 17.

E acreditem: tem muito mais para se pensar, refletir e considerar.

O que você ouve?

*Esta coluna é semanal e atualizada aos domingos.


+ zero