Trombose: especialista fala sobre o problema e alerta para perigos e sintomas

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 22 de setembro de 2024 às 12:00
  • Modificado em 22 de setembro de 2024 às 12:03
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A trombose é um problema silencioso e frequentemente assintomático, o que torna a compreensão e a vigilância essenciais

A trombose é um problema silencioso e, muitas vezes, assintomático – foto Shutterstock

 

Setembro é o mês da conscientização do combate à trombose, uma data instituída pelo Congresso Nacional para sensibilizar a população brasileira sobre o tema, evidenciando seus risco e formas de prevenção.

A doença é uma das principais causas de mortalidade no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu como meta global a redução em 25% do número de mortes prematuras por doenças não infecciosas até 2025.

A professora do Curso de Fisioterapia da Universidade Unopar Anhanguera, Edine Kavano Kitahara, explica que a trombose se caracteriza, principalmente, pelo desenvolvimento de um coágulo dentro de um vaso sanguíneo, o que causa o entupimento dele e dificulta o retorno venoso ao coração.

“A trombose é um problema silencioso e frequentemente assintomático, o que torna a compreensão e a vigilância essenciais. Ela geralmente ocorre nas veias das pernas, conhecida como trombose venosa profunda, ou pode se manifestar nos pulmões como uma embolia pulmonar”, afirma.

Para evitar o problema de saúde, alguns fatores externos de risco devem ser observados como imobilização prolongada, tabagismo e uso de anticoncepcionais, ou em casos de cirurgias, hospitalizações e fraturas.

“Como profissionais de enfermagem, nossa responsabilidade é oferecer cuidados eficazes e compassivos para pacientes com trombose”.

“Isso inclui fornecer apoio emocional e educacional, explicar o tratamento de forma clara, monitorar a resposta do paciente e assegurar que eles entendam a importância de seguir as orientações médicas”.

Sobre os sintomas, a professora lista alguns que devem se ter atenção: dor, edema (inchaço) unilateral, vermelhidão na pele, cianose (coloração azul arroxeada), dilatação do sistema venoso superficial, aumento da temperatura local, empastamento muscular (rigidez da musculatura da panturrilha) e dor à palpação.

Riscos no avião

Durante viagens de avião, em razão do espaço reduzido para movimentação, é natural que as pessoas passem mais tempo na mesma posição, prejudicando o retorno do sangue venoso para o coração.

Mais comuns em pessoas com predisposição a ter trombose, os sintomas que podem surgir são inchaço na panturrilha, com ou sem dor, e calor no local.

“A recomendação é optar por roupas confortáveis que não restrinjam nenhuma parte do corpo, beber bastante água para manter-se hidratado e estimular a vontade de urinar, o que contribui para movimentação e pausas frequentes”.

“É importante evitar ficar na mesma posição por mais de duas horas; mantenha-se em movimento sempre que possível”, conclui a docente.

Fisioterapia para trombose

A fisioterapia auxilia no tratamento da trombose, quando este paciente já está diagnosticado, medicado e liberado para a fisioterapia pelo seu médico.

Existem recursos além dos exercícios como botas pneumáticas e drenagem linfática que auxiliam no retorno venoso.

Embora a fisioterapia tenha muitos benefícios, há situações em que a terapia pode ser contraindicada ou deve ser ajustada para garantir a segurança do paciente.

A trombose venosa profunda não tratada ou instável, deve ser um alerta aos fisioterapeutas pois se o paciente ainda não iniciou o tratamento com anticoagulante, a fisioterapia deve ser evitada, especialmente atividades que aumentem o risco de deslocamento do trombo.

As massagem nas extremidades afetadas diretamente em membros com trombose deve ser evitada também pois pode facilitar o deslocamento do trombo para o sistema circulatório.

A fisioterapia, quando bem indicada, pode ser uma ferramenta eficaz na prevenção e no tratamento da trombose venosa profunda, auxiliando na recuperação funcional e na prevenção de complicações graves.

No entanto, é fundamental que o fisioterapeuta esteja ciente das contraindicações e das condições clínicas do paciente, trabalhando em estreita colaboração com a equipe multidisciplinar para garantir a segurança durante o tratamento.

*Informações Notícias ao Minuto


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