Tratamento com colírio pode reduzir as chances de cegueira por catarata, diz estudo

  • Dayse Cruz
  • Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 22:00
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Apesar de não substituir a cirurgia, a abordagem é uma alternativa que melhora mais de 60% dos casos iniciais da catarata

Estudo mostra que uso de novo colírio ajuda a ter uma melhora significativa nos casos iniciais – foto Arquivo

 

A catarata é uma doença ocular que ocorre a partir da opacidade do cristalino. Essa estrutura é responsável por auxiliar na recepção das imagens.

Por isso, a condição multifatorial faz com que o paciente sinta que há uma névoa permanente na frente de seus olhos.

Isso porque as proteínas do cristalino sofrem degeneração e formam aglomerados que tornam a da lente do olho progressivamente opaca, afetando a qualidade de vida.

No início a doença pode passar despercebida, já que seu desenvolvimento é gradual. Porém, se não receber tratamento correto, seu avanço deve comprometer a visão de diversas formas.

Dessa forma, a catarata compromete o bem-estar e a independência do indivíduo, que pode deixar de realizar atividades simples como dirigir e ler.

O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier de Campinas, explica que a doença pode ser de vários tipos. Confira os principais abaixo:

Senil: é mais frequente e se relaciona ao processo de envelhecimento, manifestando-se majoritariamente a partir dos 65 anos.
Congênita: surge durante a primeira infância.
Traumática: se desenvolve como resultado de pancadas ou ferimentos cirúrgicos no globo ocular.

O especialista ainda alerta para alguns fatores que podem desencadear a catarata. É o caso do uso contínuo de medicamentos, condições como a alta miopia e a diabetes, exposição ao sol sem proteção, consumo de sal em excesso e tabagismo.

Sintomas da catarata

– Sensibilidade à luz
– Visão dupla e distorcida
– Excesso de brilho na visão
– Alteração da percepção de cores
– Mudanças frequentes no grau do óculos

Entenda o estudo

De acordo com um estudo publicado pelo American Journal of Ophthalmology, um colírio experimental pode melhorar a visão de contraste em ambientes pouco iluminados de 66,7% dos casos de catarata inicial.

O tratamento seria uma alternativa pouco invasiva para a catarata em fase inicial. Nesse sentido, a opção ajudaria na melhora da qualidade de vida dos pacientes que aguardam pela cirurgia.

Para o especialista, a comprovação da eficácia do colírio é fundamental para a saúde pública. Isso porque, com o envelhecimento da população acontecendo a uma velocidade maior, os recursos médicos precisam atender à demanda.

A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que somente 17% dos indivíduos que vivem com catarata recebem o tratamento no tempo correto. Essa estimativa esclarece o fato da condição atingir 94 milhões de pessoas no mundo e responder por 51% dos casos de perda da visão.

“Para quem aguarda pela cirurgia, toda terapia que diminua a opacidade da visão melhora a autonomia e a segurança”, pontua o oftalmologista.

Tratamento

O tratamento efetivo para a catarata é a cirurgia, que dura de 20 a 30 minutos e não tem necessidade de internação.

O procedimento substitui o cristalino opaco por uma lente intraocular, podendo inclusive eliminar o uso de óculos por meio do implante de lente multifocal. Assim, é possível se adequar às condições de refração de cada paciente.

O especialista esclarece que para uma recuperação é essencial o uso de colírio conforme a prescrição médica.

*Informações Saúde em Dia


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