‘Torrando’ mosquitos: raquete elétrica é eficaz contra mosquito da dengue? Descubra!

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 30 de março de 2024 às 22:00
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Aparelhos emitem um choque de baixa voltagem quando um mosquito fica preso em suas telas. Corrente elétrica é de 0,005 amperes

Quem nunca sentiu satisfação vendo um mosquitinho preso nas redes da raquete elétrica? Foto Metrópoles

 

Um estalo agudo e, depois, silêncio. Quando um mosquito fica preso nas telas de uma raquetinha elétrica o sentimento geral é de satisfação.

Em meio ao recorde histórico de casos de dengue no Brasil, cada inseto executado pelo choque de 0,005 amperes emitido pelos equipamentos é motivo de alívio.

Mas a sensação satisfatória com o pleno funcionamento da traquitana não pode substituir outros cuidados na luta contra o Aedes aegypti.

A raquete elétrica, (infelizmente, diriam seus fãs), não é garantia de erradicação de todos os mosquitos.

Populares e baratos, esses dispositivos costumam ser bastante utilizados em casas de praia, de campo ou em regiões com muitos insetos em geral, mas eles possuem limitações que barreiras químicas (como repelentes) ou físicas (roupas e telas) não enfrentam.

“Mata mosquito? Mata. Mas ela [a raquete elétrica] é efetiva como uma medida de controle? Não”, alerta a professora da USP Maria Anice Mureb Sallum, que atua na área de taxonomia e ecologia de mosquitos vetores de agentes infecciosos há mais de 45 anos.

“Se é um lugar que tem muito mosquito, a pessoa vai ter que passar o dia inteiro correndo atrás. O que é impossível”, comenta a professora.

Como elas funcionam?

O princípio básico todo mundo conhece: as raquetes elétricas matam o mosquito com um choquinho. Eles não atraem os insetos, nem repelem. Por isso, é preciso ficar caçando o alvo certo com elas.

Esses aparelhos possuem uma bateria interna e podem ser recarregadas na tomada. No comércio de eletrônicos custam a partir de R$ 20.

As raquetes têm uma chave de liga e desliga, e um botão de acionamento no cabo: o mosquito só será eletrocutado se tocar na tela de metal enquanto o “raqueteiro” mantiver o botão acionado. Descrito assim, ao modo de “manual de instruções”, parece complicado, mas o funcionamento é bastante intuitivo.

Mas o que talvez nem todo mundo saiba é que esse choque é extremamente baixo. Em geral, a corrente elétrica é de cerca de 0,005 amperes, algo inofensivo para nós humanos ou animais menores, como um cachorro de porte pequeno, por exemplo.

Enio Kaufmann, professor de física do colégio Unificado de Porto Alegre (RS), explica ainda que esses aparelhos são formados por 3 telas de arame e a única energizada é a do meio.

Assim, quando o mosquito é “abatido” pela raquetinha elétrica, ele se choca tanto com a tela central quanto com a de um dos lados da raquete, fechando assim o circuito elétrico e recebendo o choque fatal.

“É a mesma característica de uma tomada, que tem uma parte energizada e uma parte neutra. Então, quando esse circuito é fechado é que a corrente passa e o mosquito morre”, diz Kaufmann.

Por isso, como o choque emitido pelas raquetes só afeta os mosquitos, o que é vital ter em mente é que, ao utilizar esses dispositivos ou quaisquer outros aparelhos elétricos, é importante manter distância de substâncias inflamáveis para prevenir acidentes.

Embora seja algo raro de acontecer, a faísca resultante do choque pode fazer algo pegar fogo.

*Informações G1


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