Pesquisa realizada com participação de cafeicultores apresenta resultados importantes para a produção de café, tanto irrigado, quanto de sequeiro, desde que em regiões com oferta hídrica regular.
Trata-se do sistema que utiliza a braquiária como planta de cobertura nas entrelinhas do cafezal.
Com baixo custo e de fácil implantação, esse modelo de produção melhora a estrutura do solo e a sua capacidade de armazenar água. Além disso, favorece o estoque de carbono nas camadas superficiais do solo.
Avaliação de impacto econômico do uso desse sistema de produção, relativa ao ano de 2020, demostra que cada real investido na pesquisa e desenvolvimento dessa solução proporciona retorno de R$ 24,14 em benefícios para a sociedade.
Essa primeira avaliação de impacto levou em consideração o investimento estimado para a geração da tecnologia ao longo dos anos, assim como os custos para realizar a sua transferência para o setor produtivo. Por outro lado, foram avaliados os seguintes impactos econômicos: incremento de produtividade; redução de custos de produção; e agregação de valor ao café produzido, alcançando um Valor Presente Líquido (VPL) de pouco mais de R$ 61,1 milhões.
Os dados são relativos a cerca de 29 mil hectares de cafezais onde a tecnologia está sendo adotada nos estados da Bahia, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Distrito Federal.
“A metodologia de avaliação dos impactos econômicos realizada pela Embrapa é baseada no método do excedente econômico. O enfoque do excedente econômico permite que se estime o benefício econômico gerado pela adoção de inovações tecnológicas comparando-se a nova solução tecnológica com a tecnologia anteriormente em uso ou tradicional”, explicou Jamilsen Santos, supervisor da área responsável pela avaliação na Embrapa Café.
“Outros aspectos, como impacto social e ambiental, no caso do uso da braquiária nas entrelinhas do cafezal, estão sendo desenvolvidos e devem constar de futuras avaliações”, complementa o supervisor. A integração dessas avaliações com os impactos econômicos e estimativas de taxas internas de retorno compõem as bases para elaboração do Balanço Social da Embrapa, publicado anualmente.
O Balanço Social é uma forma da Empresa prestar contas à sociedade quanto aos investimentos públicos realizados na pesquisa agropecuária, proporcionando maior transparência às suas atividades.
É também fundamental como informação estratégica da Empresa que utiliza o documento para direcionar novas iniciativas e avaliar a relevância de suas contribuições científicas e tecnológicas, grande parte delas desenvolvidas em parceria com outras instituições de pesquisa e cada vez mais com a atuação ativa do setor produtivo.