Obesidade: tecido adiposo serve como reservatório para o coronavírus. Entenda

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 14 de julho de 2020 às 02:26
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:58
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Os obesos tendem a apresentar uma carga viral mais alta da Covid-19 devido a maior quantidade de adipócitos

P​esquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) confirmaram que o novo coronavírus pode ser capaz de infectar o tecido adiposo e de se manter em seu interior. 

As evidências explicam a maior vulnerabilidade que uma pessoa obesa tem ao ser diagnosticada com a Covid-19, já que possui maior concentração de células de gordura no organismo.

O estudo feito em laboratório sugere que o tecido adiposo sirva como um reservatório para o vírus Sars-CoV-2. 

A maior quantidade e tamanho dessas células seria uma das justificativas desses pacientes apresentarem carga viral aumentada.

“Com mais e maiores adipócitos, as pessoas obesas tenderiam a apresentar uma carga viral mais alta”. 

“No entanto, ainda precisamos confirmar se, após a replicação, o vírus consegue sair da célula de gordura viável para infectar outras células”, disse Marcelo Mori, professor do Instituto de Biologia (IB) e coordenador do estudo à Agência Fapesp.

Nas comparações feitas in vitro, os pesquisadores observaram que o vírus infecta melhor os adipócitos do que, por exemplo, as células epiteliais do intestino ou do pulmão.

Os cientistas usaram radiação ultravioleta (UV) para acelerar o processo de envelhecimento das células e observar a ação do novo coronavírus nelas. 

Em 24 horas, a carga viral delas havia triplicado, mostrando que a infecção ocorre com mais facilidade nas células adiposas envelhecidas presentes nos idosos.

Os resultados preliminares do estudo divulgado na Agência Fapesp ainda não foram publicados em revistas científicas.


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