Taxa de desemprego fica em 11,6% no trimestre até outubro, afirma IBGE

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  • Publicado em 29 de novembro de 2019 às 21:18
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:05
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O percentual fica estável em relação ao trimestre anterior, encerrado em julho (11,8%)

A taxa de desemprego no Brasil foi de 11,6% no trimestre entre agosto e outubro de 2019. O percentual ficou estável em relação ao trimestre anterior, encerrado em julho (11,8%), e em relação ao mesmo período de 2018 (11,7%), de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O país, no entanto, ainda tem 12,4 milhões de desempregados (estável nas duas comparações), 11,9 milhões de pessoas sem carteira de trabalho assinada, um recorde na série histórica, e 24,4 milhões por conta própria (estável frente o trimestre anterior e 3,9% maior que 2018), ou seja, vivendo de bicos, outro recorde da série história, segundo o levantamento.

Adriana Beringuy, analista da pesquisa, destaca que “a estabilidade da taxa de desocupação está relacionada a um crescimento menor da população ocupada no trimestre móvel encerrado em outubro”. Após crescer 1,3% entre maio e julho, com acréscimo de 1,2 milhão trabalhadores, o aumento no trimestre que vai de agosto a outubro foi de 0,5%, cerca de 470 mil pessoas a mais. Com isso, o contingente de ocupados passou de 93,6 milhões entre maio e julho para 94,1 milhões entre agosto e outubro. E a população fora da força de trabalho (64,9 milhões de pessoas) ficou estável frente a igual trimestre de 2018.

Os dados do IBGE apontam ainda que a taxa de subutilização da força de trabalho (23,8%) caiu 0,8 pontos percentuais, em relação ao trimestre anterior (24,6%) e ficou levemente abaixo no confronto com 2018 (24%). Com isso, a população subutilizada (27,1 milhões) recuou 3,5% (ou menos 972 mil pessoas), frente ao trimestre anterior e se manteve estável na comparação com o 2018 (27,1 milhões). A queda na subutilização, na análise de Adriana, reflete “o maior número de pessoas trabalhando mais horas (332 mil pessoas), o que diminui o contingente de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas” – trabalham menos de 40 horas por semana, mas gostariam e estavam disponíveis para trabalhar mais.

A PNAD Contínua destaca também que o nível da ocupação (percentual de ocupados na população em idade de trabalhar) foi estimado em 54,9%, estável em relação ao trimestre de maio a julho de 2019 (54,7%) e 0,4 ponto percentual a mais, em relação a igual trimestre de 2018 (54,5%). A força de trabalho (ocupados e desocupados) está estimada em 106,4 milhões de pessoas, estável em relação ao trimestre anterior e com alta de 1,4% (mais 1,5 milhão de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2018. A força de trabalho potencial (7,8 milhões de pessoas) caiu 5,3% (menos 438 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior e ficou estável frente a igual trimestre de 2018.

O número de empregados no setor público (inclusive servidores estatutários e militares) se manteve em 11,7 milhões desde 2018. Em relação ao trimestre anterior, a ocupação cresceu na construção (3%, ou mais 197 mil pessoas) e recuou na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-2,3% ou menos 199 mil pessoas). Os demais grupamentos não tiveram variação significativa. Em relação a 2018, houve aumento em três atividades: transporte, armazenagem e correio (5%, ou mais 233 mil pessoas), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,2%, ou mais 324 mil pessoas) e alojamento e alimentação (3,9% ou mais 206 mil pessoas). Os demais não apresentaram variação significativa, informa a PNAD Contínua.

Rendimentos

Os ganhos médios das pessoas ocupadas se mantiveram nos mesmos valores de 3018: ficou em R$ 2.317,00 no trimestre de agosto a outubro de 2019. A massa de rendimento real habitualmente recebido em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas, por outro lado, cresceu para R$ 212,8 bilhões. Quando comparada ao trimestre de maio a julho de 2019, subiu 1,8%, ou seja, mais R$ 3,7 bilhões. É o primeiro aumento estatisticamente significativo desde o trimestre de agosto a outubro de 2017, informa o IBGE. Adriana Beringuy explica que fatores como o aumento da população ocupada e a redução dos subocupados por insuficiência de horas podem ter contribuído para elevar essa massa de rendimento real.


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