Superpoderes do alecrim contra demência e contra Alzheimer; o que diz a BBC

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 23 de junho de 2020 às 09:52
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:53
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Inúmeras propriedades benéficas para o bom funcionamento do cérebro são creditadas a esta planta. É verdade?

Em ‘Hamlet’, a obra intemporal de William Shakspeare, Ofélia diz ao irmão, Laerte, que o alecrim é bom para a memória.

E a crença nos poderes da erva perduraram por séculos. Mas será que se trata apenas de uma crença popular ou que tem de facto fundamento científico? 

BBC resolveu investigar e decidiu conversar com o professor da Universidade da Northumbria, Mark Moss, que estuda os possíveis benefícios do óleo essencial de alecrim para a memória. 

Numa das pesquisas de Moss, este e uma equipa de pesquisadores analisaram os efeitos do óleo de alecrim nos idosos.

Os idosos, que achavam que estavam testando uma água com vitaminas, entravam numa sala que havia sida exposta a uma infusão de óleo de alecrim, óleo de lavanda e por outra sala sem qualquer cheiro. 

Depois de entrarem na sala, os voluntários passavam por um teste de memória. E o que os resultados mostraram foi incrível: após passarem pela ‘sala de alecrim’, os idosos realmente tinham melhores notas nos exames. 

Já o cheiro da lavanda diminuiu a sua performance – sendo que, na medicina ancestral, ela é associada com o sono e relaxamento, o que faz sentido.

Existem compostos no óleo de alecrim que podem, sim, ser responsáveis pela mudança na performance da memória

Um deles é o eucaliptol, com um aroma extremamente agradável e que pode agir da mesma forma que drogas aprovadas para o tratamento de demência, já que causa um aumento do neurotransmissor chamado acetilcolina.

Basicamente, o composto impede que esse neurotransmissor se transforme numa enzima. Isso seria plausível em relação ao óleo, já que sabemos que a inalação é uma das maneiras mais eficazes de produzir efeitos no cérebro. 

E por que o óleo seria melhor do que a ingestão do alecrim? Basicamente porque quando comemos algo, o fígado processa os químicos. 

Mas quando a administração da substância é por inalação, as moléculas passam diretamente para a corrente sanguínea, sem serem processadas pelo fígado, e indo para o cérebro. 

Tanto que testes com os voluntários da pesquisa de Moss apresentaram traços do óleo de alecrim no sangue. 


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