Superdrone pulverizador deve ser vendido por R$ 400 mil no ano que vem

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 3 de maio de 2018 às 12:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:42
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Movido a gasolina e com capacidade para voos noturnos, veículo deve chegar ao mercado no fim de 2019

O trabalho para que a terra
forneça uma alta produtividade de alimentos exige tecnologias que não estão
propriamente no chão. O agronegócio também conta com avanços na aeronáutica. Na
Agrishow, que termina nesta sexta-feira, 04 de maio, em Ribeirão Preto, eles
estão presentes em veículos que vão desde drones a aviões agrícolas e
executivos.

Com cinco metros de diâmetro, o superdrone lançado pela
empresa Eleva não faz demonstrações de voo na feira, mas impressiona pelo
tamanho, mesmo parado no estande. Segundo Luciano Castro, diretor da empresa,
os estudos para o desenvolvimento do aparelho não encontraram modelos similares
no mundo.

O Eleva Spray 150, apelidado de superdrone, tem capacidade
para carregar 80 quilos de insumos para pulverização, contra 15 quilos dos
concorrentes. Ele deve chegar ao mercado no valor de R$ 400 mil.

Outros diferenciais, segundo ele, são a origem da
energia para funcionamento e a capacidade de fazer aplicações à noite, enquanto
os aviões agrícolas só operam durante o dia. Se os drones convencionais são
impulsionados por bateria, o superdrone leva gasolina.

Castro explica que isso é uma vantagem porque representa
maior autonomia. “Voar à noite ganhou importância porque muitas pragas têm
hábitos noturnos. Com isso, a pulverização tende a ser mais eficaz”, afirma.

Dezoito pessoas participaram
do desenvolvimento do produto, que ainda é um protótipo. A expectativa da
empresa, no entanto, é disponibilizá-lo para venda no ano que vem e entregar as
primeiras encomendas entre o final de 2019 e o início de 2020.

Luciano explica que a ideia nasceu de um sonho dele e de
mais dois amigos, que viraram sócios. Engenheiros aeronáuticos, eles se
reencontraram após anos de formados e decidiram apostar num segmento cuja
tendência era de alta. Há uma década, fundaram a empresa para desenvolver
soluções para a agricultura aérea. Com a colaboração de profissionais de
Manaus, Goiânia e São José do Rio Preto, chegaram ao equipamento apresentado na
feira.

Híbrido de combustível líquido com propulsão elétrica,
ele funciona a etanol ou gasolina. Tem dois motores centrais e dois externos,
que ajudam no direcionamento e na sustentação. E também dispõe de baterias,
que, nesse caso, servem para estabilizar o drone e fazê-lo pousar em caso de
falhas nos motores. 

Repaginado

Entre os aviões agrícolas, a Embraer apresenta avanços no
Ipanema, modelo movido a etanol que foi lançado na feira em 2015. Estudos
feitos no ano passado, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp)
de Botucatu (SP) e a consultoria AgroEfetiva, mostraram que as alterações
recentes na estrutura da aeronave aumentaram a faixa de deposição de defensivos
na lavoura em até 60% – de 15 para 24 metros.

Em relação ao que foi
apresentado três anos atrás, o Ipanema ganhou uma inclinação menor das asas e
dois metros a mais de uma ponta a outra. De acordo com o gerente comercial
Marcelo Gerulaitis, isso permite que a perda de defensivo seja menor. Os
índices de dispersão obtidos têm ficado perto de 15%, dentro do limite
considerado excelente pelo mercado, que é de 20%.

No fim
de 2017, segundo o registro aeronáutico da Agência Nacional de Aviação Civil
(ANAC), a frota brasileira de aviões agrícolas era de 2.115, a segunda maior do
mundo, perdendo para os Estados Unidos. Um crescimento de 1,5% em relação a 2016.
Cerca de 1,3 mil são Ipanema, dos quais 24 do novo modelo. 

Conforto nos ares

Já a TAM Aviação Executiva expõe modelos de aviões que custam
entre US$ 390 mil e US$ 2,5 milhões. O lançamento da empresa é um helicóptero,
o Bell 505. A promessa da empresa para o modelo, que foi certificado pela ANAC
em março deste ano, é a tecnologia de ponta.

Com
capacidade para cinco ocupantes, é equipado com sistemas antivibração e
assentos anticrash, que podem ser removidos com facilidade em caso de impacto.
Está avaliado em R$ 1,8 milhão.

O Brasil
é o segundo mercado em aeronaves para a companhia. Em 2016, ela vendeu 24
aeronaves no país. No ano seguinte, foram 39, aumento de 62,5%. E, para este
ano, a expectativa é comercializar 50 exemplares.


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