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Uso incorreto de antibióticos no tratamento de doentes infectados por coronavírus, pode levar à resistência bacteriana
Uso de antibióticos no tratamento de covid-19 pode acelerar a resistência bacteriana
Um estudo conduzido pelo Hospital Mugda Medical College, no Bangladesh, citado pelo The Business Standard, mostra que foram administradas doses desnecessárias de antibióticos em doentes internados com Covid-19 em unidades de cuidados intensivos.
De acordo com os investigadores, 70% dos medicamentos utilizados em doentes infectados com SARS-CoV-2 nos hospitais eram antibióticos.
Os fármacos foram utilizados para tratar 80 a 100% pessoas internadas em UCI. Contudo, a médica Rubina Yasmin considera que o uso de antibióticos poderia ter sido dispensado em 80% dos casos.
Além disso, o mesmo estudo indica que 33% dos infetados utilizaram antibióticos sem a consulta prévia de um médico.
Uma outra investigação, realizada pelo Instituto de Epidemiologia, Controlo e Investigação de Doenças do Bangladesh (IEDCR) e a Sociedade Americana de Microbiologia, sobre a resistência aos antibióticos, também fez surgir um alerta.
“Não existem muitos antibióticos que sejam eficazes na prevenção de infecções por coronavírus. Os médicos precisam de ser mais cuidadosos na escolha dos antibióticos para os doentes com Covid”, entende Zakir Hossain, diretor científico do IEDCR, alertando para o uso excessivo e, por vezes, incorreto dos antibióticos, que têm contribuído para o aceleramento da resistência bacteriana.
Na semana passada, a farmacêutica norte-americana Pfizer avisou em comunicado que, “em todo o mundo, o consumo inapropriado de antibióticos é apontado como um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento de bactérias resistentes”.
A manter-se esta tendência, dentro de 30 anos “poderemos voltar à era pré-antibióticos, tempo em que ferimentos e infeções simples podiam causar danos consideráveis ou mesmo levar à morte”.
“Se não forem tomadas medidas, dentro de três décadas a resistência aos antimicrobianos será responsável por mais mortes do que o cancro e a diabetes juntos, o equivalente a cerca de 10 milhões de óbitos por ano, ou seja, uma morte a cada três segundos, à escala mundial”, acrescentou.