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A subvocalização não se limita apenas ao cérebro, mas também envolve movimentos sutis em partes do corpo, como lábios, língua e cordas vocais
Se você já notou uma “voz” na sua cabeça enquanto lê, saiba que é a subvocalização – foto Freepik
Você já notou uma “voz” em sua cabeça enquanto lê? Esse fenômeno, chamado de subvocalização, é ato de “falar” mentalmente as palavras enquanto lemos. Vamos compreender como e por que isso acontece?
Por que subvocalizamos?
A subvocalização não se limita apenas ao cérebro, mas também envolve movimentos sutis em partes do corpo, como lábios, língua e cordas vocais.
Embora inaudíveis, esses pequenos movimentos físicos ocorrem de forma similar aos da fala ativa.
Acredita-se que a subvocalização derive do processo de aprendizagem em leitura, uma vez que muitos especialistas associam essa prática ao hábito inicial de pronunciar palavras em voz alta ao aprender a ler.
Mesmo em pessoas surdas, ela pode ocorrer, manifestando-se por meio de movimentos musculares sutis que acompanham a leitura visual. Esses gestos silenciosos desempenham um papel importante durante a leitura.
A principal vantagem da habilidade é sua contribuição para a compreensão e a memória. Ela utiliza o “laço fonológico” da memória para reter informações verbais temporariamente, mantendo-as frescas por meio da repetição silenciosa.
Isso facilita a organização das ideias e a compreensão da estrutura sintática e semântica dos textos, especialmente os mais complexos.
Desafios da subvocalização
Apesar de ser um fenômeno natural e compartilhado por tantas pessoas, alguns pesquisadores começaram a questionar se a vocalização mental das palavras poderia limitar a eficiência da leitura.
Essa suspeita surgiu da observação de que a prática sincroniza o ritmo da leitura com o da fala, o que poderia resultar em uma velocidade de leitura considerada lenta para quem busca aumentar sua eficiência.
Isso porque os leitores processam, em média, entre 200 e 250 palavras por minuto, uma taxa que se equipara à velocidade média da fala.
Além disso, especialistas em leitura rápida alertam que a subvocalização pode induzir à hiperfixação, na qual o leitor se prende excessivamente a palavras individuais, prejudicando a fluidez e a compreensão geral do texto.
No entanto, embora a subvocalização seja percebida como um desafio para a leitura eficiente, é importante reconhecer que ela é uma habilidade natural, utilizada de forma intuitiva por muitas pessoas.
Assim, eliminar completamente a prática pode ser uma tarefa árdua, e seus impactos na velocidade de leitura podem ser limitados.
Como vimos, a subvocalização é uma expressão intrínseca de como nosso cérebro processa e internaliza o texto.
Embora alguns vejam a prática como um obstáculo à velocidade da leitura, ela é, na verdade, uma prática que nos conecta intimamente com as palavras que encontramos.
Enquanto exploramos seus desafios, descobrimos como reconhecer sua presença e aprender a trabalhar com ela de forma consciente, enriquecendo nossa relação com a linguagem.
*Informações Mega Curioso