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NanoBoost, criada pelos professores Eduardo José Nassar e Lucas Alonso Rocha, desenvolveu um revestimento que absorve mais a radiação solar
O professor e doutor em Química, Lucas Alonso Rocha, um dos fundadores da NanoBoost (Foto: Divulgação/Impera)
A startup francana NanoBoost Ciência e Tecnologia, que é incubada na Impera (Incubadora de Empresas de Base Tecnológica de Franca) – criada pela Prefeitura de Franca, com apoio do Instituto Cidade do Calçado -, vai apresentar sua solução para o aumento da eficiência na conversão de energia solar em elétrica na 27ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP27), em Sharm El Sheikh, no Egito.
A explanação será no palco “Empreendedor Sebrae”, que apresenta para a comunidade internacional o potencial das micro e pequenas empresas brasileiras na geração de energia limpa e renovável, bem como na gestão mais eficiente desse recurso.
Com o lema “Juntos pela Implementação”, o evento debate medidas para conter as mudanças climáticas e a ONU sinaliza que o centro das discussões será o avanço dos acordos firmados anteriormente, como o Acordo de Paris, de 2015.
Presenças
Cerca de 90 líderes de estado já confirmaram presença, inclusive o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que estará acompanhado por governadores do Consórcio da Amazônia Legal.
Incubada na Impera desde o início deste ano, a NanoBoost foi fundada pelos professores e doutores em Química da Universidade de Franca, Eduardo José Nassar e Lucas Alonso Rocha.
Eles também participam do programa Catalisa ICT, uma iniciativa articulada pelo Sebrae, com a parceria de entidades do ecossistema de inovação, que tem como objetivo acelerar e fomentar negócios inovadores de base tecnológica, para alavancar geração de riqueza e bem-estar para a sociedade.
No programa, a startup já passou por várias etapas, desde a inscrição da ideia, capacitações e atualmente está no estágio três, de fomento para validar a ideia lançada.
Multidisciplinar
“Na primeira etapa a NanoBoost foi classificada entre mil ideias e, na segunda fase, ficamos entre as 270. Agora estamos entre os 18 projetos indicados para participar da COP27”, comemora Eduardo José Nassar.
No Catalisa ICT, a NanoBoost participa com uma equipe multidisciplinar formada por engenheiros e químicos que propõem desenvolver revestimento (com materiais reciclados e nanomateriais que absorvem mais a radiação solar) para painéis fotovoltaicos comerciais e, com isso, aumentar a eficiência da conversão de energia solar.
Eduardo explica que a nanotecnologia é a compreensão e o desenvolvimento de materiais e componentes muito pequenos, manipulados e controlados para determinadas aplicações.
“Os materiais em seu estado ‘comum’ apresentam propriedades previsíveis, entretanto, na escala nano, estes materiais podem apresentar uma série de comportamentos inesperados. Dessa forma, a nanotecnologia pode aumentar a eficiência na produção industrial, trazer melhorias no agronegócio, diminuir o impacto no meio ambiente, aprimorar a produção e distribuição de energia, trazer benefícios em uma vasta área da saúde, dentre outros”, diz.
Sistema mais barato
De acordo com Eduardo, os sistemas fotovoltaicos existentes atualmente no mundo proporcionam a conversão de energia solar em energia elétrica, mas com um impedimento intrínseco dos materiais utilizados, sendo que os painéis solares apresentam uma eficiência de no máximo 20%. Além disso, não é um sistema barato e acessível a todos.
“A ideia é reaproveitar os sistemas já existentes realizando revestimentos que proporcionem o aumento na conversão de energia, reduzindo o número de placas solares e, consequentemente, baratear o sistema”, diz Eduardo.
Segundo ele, a radiação do sol chega à Terra nas radiações ultravioleta, visível e infravermelho, e os painéis solares aproveitam apenas a radiação visível e parte do infravermelho próximo.
“Os nossos materiais proporcionam o aproveitamento também das radiações ultravioleta e infravermelho transformando-as em radiação visível, fazendo com que a eficiência de conversão energética seja de 25% a 30%. Uma residência que utiliza hoje 10 painéis solares poderá reduzir para 9”, explica Eduardo.
40 painéis
Na COP27, o Sebrae vai compor o estande do Ministério do Meio Ambiente e contará ainda com o palco “Empreendedor Sebrae”, com palestras e transmissões on-line. Ao todo, estão programados 40 painéis, no período de 8 a 17 de novembro, com a participação de empreendedores e parceiros.
A ampla programação inclui apresentações sobre temas como o potencial energético do Brasil e as oportunidades, estratégias e fontes de financiamento de energias limpas, pesquisa e inovação na energia, descarbonização nas cadeias produtivas, entre outros.
“A nossa expectativa é muito boa. É um evento mundial para a discussão dos problemas ambientais e, por mais que se falam e se faz, acreditamos que nesta reunião poderão surgir soluções em conjunto para minimizar os efeitos ambientais. Vamos apresentar a nossa solução para contribuir com a ciência. A ideia é conseguir incentivos e investidores para que a nossa ideia se torne realidade em breve”, diz Lucas Alonso Rocha, que está no Egito representando a NanoBoost.
Agregando valor
Para o prefeito de Franca Alexandre Ferreira, a atuação da Impera favorece o surgimento, a criação e o crescimento de startups na cidade, que é um importante polo tecnológico.
“Temos muita gente boa trabalhando aqui e agora vamos expandir os nossos horizontes até o Egito e também Portugal. É importantíssimo esse desenvolvimento que a gente busca para Franca através da ciência e da tecnologia, agregando valor e fazendo com que as empresas locais se sobressaiam no mercado mundial”, diz.
A NanoBoost
A startup NanoBoost Ciência e Tecnologia (nanoboost.com.br/) surgiu em 2020 com o intuito de levar a ciência desenvolvida por pesquisadores para a demanda da sociedade.
A empresa atua no segmento de nanotecnologia e desenvolvimento de novos materiais e soluções nas áreas de Saúde, Tecnologia de Impressão 3D, Agronegócio, Energia, Ambiental e Consultoria.
Sua equipe é formada por doutores e pós-doutores, com mais de 20 anos de experiência em pesquisa e desenvolvimento de materiais multifuncionais.