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Atualmente, todo o estado está em fase amarela, a intermediária das cinco gradações
Nas últimas quatro semanas, o estado de São Paulo registrou aumento de 54% no número de casos positivos de Covid-19.
O número de óbitos pela doença aumentou 34% em todo o estado.
Com isso, o governador João Doria (PSDB) afirmou que o Centro de Contingência para controle da pandemia do novo coronavírus, que se reúne nesta terça (22), poderá definir novas ações de contenção da doença, enrijecendo ainda mais as medidas restritivas de funcionamento de estabelecimentos comercias.
Conforme a Folha de S.Paulo apurou na última quinta (17), os índices do estado já se encontram no patamar para a fase laranja, a segunda mais restritiva.
Atualmente, todo o estado está em fase amarela, a intermediária das cinco gradações.
Dados das companhias de telefonia móvel mostraram que a taxa de isolamento no estado no sábado (19) foi de 40%. Um índice considerado positivo pelo governo estadual é acima de 50%.
Segundo dados apresentados pelo governo na segunda (21), na última semana epidemiológica foram 7.191 novos casos –número semelhante ao que foi registrados nos meses de junho, julho e agosto.
Há quatro semanas, o registro de novos casos foi de 4.666.
Ao todo, já foram registrados 1.388.043 casos positivos em São Paulo e 45.136 mortes pela doença desde o início da pandemia, no fim de fevereiro.
A média diária de mortes decorrentes da Covid no estado atingiu 151 nesta semana, um salto em relação à média diária de 113 nas quatro semanas anteriores.
“Temos que estar atentos, o vírus está cada vez mais próximo de todos nós. Precisamos respeitar a quarentena. Estamos todos esgotados, porém a pandemia continua com força total”, disse Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde.
A principal preocupação da equipe de Doria é o aumento no número de casos e hospitalizações após as festas de fim de ano, quando as pessoas devem se reunir com a família e amigos.
Celebrações em estabelecimentos comerciais, como bares, restaurantes, hotéis e salões de festas estão vetadas pelo decreto de calamidade pública, o Código Sanitário e a fase amarela do Plano São Paulo, segundo o governo do estado.
Gorinchteyn afirmou que o governo tem reforçado o número de leitos de UTI e enfermaria nas unidades hospitalares de todo o estado, parte dos quais havia sido desmobilizada com o decréscimo dos casos.
Disse ainda que a equipe está atenta para a possibilidade de abrir novos leitos, além dos que tinham sido criados anteriormente.
A taxa de ocupação dos leitos de UTI na região metropolitana de São Paulo é uma das que mais preocupa o governo atualmente.
A região, que já chegou a ter menos de 41% dos leitos ocupados, estava em 66,8% nesta segunda. Em todo o estado, a taxa é de 61,8%.
Apesar de não ter anunciado nenhuma nova restrição, o governo pediu aos prefeitos para que aumentem a fiscalização nas cidades para evitar aglomerações em locais públicos e o descumprimento das regras atualmente em vigor.
Segundo Gorinchteyn, a Vigilância Sanitária, que tinha 200 fiscais, tem hoje 1.000 profissionais para monitorar o cumprimento das regras.
Hoje, todo o estado está na fase amarela da doença. A região metropolitana chegou a ser classificada na fase verde, mas regrediu, com o avanço de novos casos e internações.
Nas últimas duas semanas, a taxa de mortes na região metropolitana de São Paulo ultrapassou a taxa de 5 óbitos por 100 mil habitantes, o que a colocaria na fase laranja, mais restrita que a atual.
Se a região estivesse hoje na fase laranja, bares e restaurantes teriam que fechar novamente para o público e só poderiam atender em esquema de entrega e retirada.
Salões de beleza, barbearias e academias também precisariam fechar, assim como cinemas.
É possível, porém, que um eventual endurecimento de regras venha acompanhado de mudanças na mesma.
O governador já anunciou, por exemplo, mudança nas regras para o funcionamento das escolas, dizendo que o início do ano letivo com aulas presenciais está mantido para 2021, mesmo que a situação da pandemia se agrave.
“Mantemos a posição defendida anteriormente e a reabertura das escolas será cumprida com todos os cuidados sanitários necessários. Fizemos um investimento enorme para prepará-las para receber os alunos”, disse Doria.
Na última quinta (17), ele anunciou que as escolas serão classificadas como serviço essencial e poderão ter aulas presenciais até mesmo em regiões na fase vermelha, a mais restritiva, recebendo até 35% dos alunos.
Instituições de ensino superior, porém, devem permanecer fechadas –estudos científicos demonstram que crianças transmitem menos o vírus do que adultos.
Durante 45 dias, 75% do estado ficou na fase verde do plano, com a previsão de reabertura controlada de quase todas as atividades.
No entanto, o número de casos e hospitalizações voltou a crescer em novembro, na última atualização de fase, um dia após o segundo turno das eleições, Doria anunciou o recuo das regiões para a fase amarela.
O governador também anunciou que iniciou a compra de 100 milhões de seringas e agulhas para a vacinação de coronavírus, prevista para começar em 25 de janeiro para grupos prioritários, como idosos e trabalhadores do setor de saúde.
A compra será feita em 27 pregões, feitos entre 18 e 23 de dezembro, cada um prevê a aquisição de 2 milhões de unidades de seringas de 1 ml e de 3 ml e três tipos de agulhas.
“São Paulo está adicionando mais 100 milhões de seringas e agulhas ao seu estoque para a vacinação contra Covid-19”, disse Doria.
A expectativa é que nesta semana o governo divulgue, finalmente, a eficácia da vacina Coronavac conforme os resultados de seus testes clínicos.
Nesta quinta (24) também chegam em São Paulo insumos para a produção de mais 5,5 milhões de doses da vacina contra o coronavírus, totalizando 10,8 milhões de doses em solo brasileiro. Cada pessoa precisa receber duas doses para ficar imunizada.
*Conteúdo FOLHAPRESS