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Solta muitos puns? Então, aprenda formas naturais de controlar esse constrangedor descontrole
Todo mundo solta pum e arrotos, várias vezes por dia, às vezes, de forma até inconsciente
Eliminar flato, conhecido popularmente como pum, é normal e acontece a todo mundo. O mesmo pode se dizer em relação às eructações, conhecidas como arrotos.
Todo mundo solta pum e arrotos, várias vezes por dia, às vezes, de forma até inconsciente.
Em alguns casos, o excesso de gases intestinais pode ser bastante incômodo, principalmente se ele for muito frequente, se tiver odor muito desagradável ou se estiver associado a sintomas desconfortáveis, tais como dor ou distensão abdominal.
Em geral, o excesso de gases intestinais costuma estar relacionado à dieta, mas ele pode ser um sinal de alguma doença do trato gastrointestinal, como, por exemplo, a síndrome do intestino irritável.
Na maioria dos casos, o excesso de gases pode ser resolvido, ou ao menos bastante amenizado, com alterações na dieta e em alguns hábitos de vida.
Quais são os gases do pum?
O ser humano elimina diariamente até 1,5 litro de gases pelo ânus em uma frequência de 10 a 20 puns por dia. Boa parte deles pode passar despercebida.
Os gases do sistema gastrointestinal são compostos basicamente por cinco elementos: Nitrogênio (N2), Oxigênio (O2), Dióxido de carbono (CO2), Hidrogênio (H2) e Metano (CH4). Os cinco juntos somam 99% dos elementos presentes no pum. O arroto tem composição parecida, porém é mais rico em oxigênio e nitrogênio.
E qual deles é o responsável pelo mau cheiro? Nenhum, são todos basicamente inodoros. A culpa também não é das fezes. Ao contrário do que se imagina, o pum não cheira mal por passar pelas fezes antes de ser eliminado.
O que causa mau cheiro é o 1% restante de gases, compostos principalmente por enxofre, sendo o principal o ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio). Isso explica por que nem todos os puns tem cheiro ruim. Se não houver um aumento da produção de gases com enxofre, o pum pode não ter cheiro incômodo.
De onde vêm os gases?
Os gases intestinais são basicamente produzidos pelas bilhões de bactérias que vivem no nosso trato digestivo e participam do processo de digestão.
Os gases intestinais são produzidos principalmente após metabolização de carboidratos, gorduras e proteínas ingeridas nos alimentos.
No caso dos gases no estômago, a origem principal é o ar engolido durante as refeições. Nós não reparamos, mas durante as refeições engolimos volumes enormes de ar.
Também é comum haver deglutição de ar quando se mastiga um chiclete ou se fuma um cigarro. Outra fonte de gases estomacais são as bebidas gaseificadas.
Grande parte do gases deglutidos são eliminados através das eructações, conhecidas popularmente como arrotos.
Porém, se o paciente tem o costume de deitar após as refeições, esses gases apresentam mais facilidade em seguir o caminho em direção aos intestinos do que retornar ao esôfago (já notou como é muito mais fácil arrotar quando se está sentado ou em pé em vez de deitado?), aumentando a eliminação de flatos.
Quais alimentos causam mais gases?
Alguns tipos de carboidratos são mais difíceis de serem digeridos no intestino delgado e, por isso, chegam em grande quantidade ao cólon, onde são metabolizados pelas bactérias. Os principais carboidratos mal digeridos são os oligossacarídeos.
Os alimentos que mais causam gases intestinais são:
• Feijão.
• Ovos.
• Cerveja (escura).
• Leite.
• Batata.
• Milho.
• Farelo de trigo.
• Brócolis.
• Aspargos.
• Alho.
• Repolho.
• Bebidas gaseificadas.
• Couve-flor.
• Cebolas.
• Refrigerantes.
Outros fatores
Falta de exercício físico, constipação intestinal, intolerância à lactose e alterações da flora bacteriana dos intestinos por uso de antibióticos também podem causar aumento da produção de gases. Sexo anal passivo é outra causa.
O enxofre, que causa o odor desagradável do pum, normalmente é produzido após ingestão de proteínas. A carne de porco, por exemplo, costuma causar flatos com cheiro forte.
Ansiedade pode acelerar o trânsito intestinal, levando mais alimentos mal digeridos ao cólon, fornecendo mais substrato para as bactérias que produzem gases.
Quando o excesso de gases preocupa?
Estudos mostram que a maioria dos pacientes que se queixam de excesso de gases intestinais, na verdade apresentam a mesma quantidade de gases que a média da população. Esse paciente tem é uma maior sensibilidade à presença de gases.
Eliminamos em média 500 a 1500 ml de gases através dos flatos. Por exemplo, um paciente pode se sentir desconfortável se sua eliminação diária de gases for normal, mas próxima de 1300-1500 ml.
Às vezes, uma dieta mais cuidadosa pode reduzir a produção de gases para menos de 1000 ml por dia, fazendo com que o mal-estar passe. Resumindo: não é preciso ter excesso de gases, para se sentir com excesso de gases.
Pacientes com síndrome do intestino irritável ou com dispepsia funcional costumam tolerar mal pequenos aumentos na produção de gases intestinais.
Na grande maioria dos casos, o excesso de gases intestinais não indica nenhuma doença, não importando se há ou não odor forte.
Os sinais de gravidade estão na presença de outros sintomas associados, como perda de peso, diarreia crônica, anorexia, anemia, sangramentos e dor abdominal. Nestes casos, uma visita ao médico é indicada.
Tratamento
O modo mais fácil de controlar os gases intestinais é através de uma dieta cuidadosa. Evite alimentos que sabidamente agravam seus sintomas.
Estes podem incluir laticínios, algumas frutas e legumes, cereais integrais, adoçantes artificiais e refrigerantes. Uma dica em relação ao feijão é deixá-lo de molho durante a noite e trocar a água antes de cozinhá-lo.
Mantenha um registro de alimentos e bebidas que você ingere para conseguir identificar quais as comidas são mais incômodas. O que pode causar gases em mim, não necessariamente causará em você e vice-versa.
Além de equilibrar a dieta, também é importante praticar exercícios e reduzir o estresse.
Existem pastilhas de carvão ativado, à venda em farmácias, que ajudam a neutralizar os gases intestinais.
Mas atenção: se você toma medicamentos regularmente, o carvão ativado pode inativá-los, sendo contraindicado nesses casos. Um medicamento chamado Beano ajuda a diminuir os gases intestinais. A famosa Simeticona (antiga Dimeticona) não parece ser muito efetiva, não demonstrando bons resultados nos estudos científicos. O salicilato de bismuto é uma opção para quem se queixa de flatos com mau cheiro.
Já existem no mercado brasileiro cuecas e calcinhas feitas com tecidos que absorvem o pum, diminuindo a passagem do seu cheiro. Uma delas é chamada de Under-Ease. Algumas vêm acolchoadas, reduzindo também o barulho dos flatos.
No caso dos arrotos (eructações) a principal causa é o ar engolido durante as refeições. Quanto mais rápido se come, maior é a quantidade de ar deglutido. Engolir saliva, fumar, mastigar chicletes e falar enquanto come também causam deglutição de ar. Obviamente bebidas gasosas aumentam as eructações.
Pessoas ansiosas apresentam deglutição de grande quantidade de ar, chamado de aerofagia, que causa desconforto abdominal por distensão do estômago, que por sua vez, leva a mais ansiedade. O controle da ansiedade alivia os sintomas do excesso de gases.