compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
Situação não é problema somente para famosos. Você pode ser vítima sem saber
Situação não é problema somente para famosos. Você pode ser vítima sem saber
Recentemente, a atriz Luana Piovani publicou um longo vídeo explicando que seu ex-marido Pedro Scooby abriu um processo contra ela em Portugal com a intenção de a “calar”.
Esta pode parecer apenas mais uma nova etapa da série de conflitos públicos e trocas de acusações que os dois enfrentam, envolvendo os três filhos do ex-casal, mas o caso chamou a atenção por um motivo em especial – entre outros.
Ao verificar o processo, Piovani encontrou “nudes” seus: “Não estava entendendo o que as minhas fotos nua têm a ver com o fato de ele querer que eu me cale”, disse no seu depoimento.
Em conversa com a CNN Brasil, Luana Ganzert, psicóloga especialista em emoções, explicou que a prática denota um comportamento comumente chamado de “slut shaming”, o que, em tradução literal, significa algo como “envergonhar vadias” ou “promíscuas”.
Yasmin Brunet viveu uma situação parecida no ano passado, quando após o término com o surfista Gabriel Medina, sua ex-sogra disse que tinha um vídeo íntimo da modelo.
Na época, Yasmin foi ao Instagram e rebateu o comentário sobre as críticas à sua vida sexual: “Não existe tal material. No entanto, mesmo que existisse, é lamentável querer diminuir uma pessoa pela sua sexualidade”.
O que é slut shaming?
Ganzert esclarece que a prática consiste em ridicularizar a maneira de mulher se comportar, se vestir e de demonstrar os seus desejos sexuais na hora da relação – ou até mesmo quando ela ainda nem praticou nenhum ato.
Apesar de o nome ser relativamente recente, o fenômeno tem sido perpetuado ao longo do tempo por construções machistas que classificam mulheres de maneiras pejorativas quando se comportam fora de um modelo considerado “aceitável” pela sociedade “tradicional”.
Principalmente nos relacionamentos, onde há uma conexão maior de intimidade. Quando essa relação acaba, o “slut shaming” aparece como forma de atacar ou se vingar da outra pessoa.
O assunto, que veio à tona com o caso de Luana, levou à discussão nas redes sociais.
A página “Mulheres no Poder”, por exemplo, que incentiva a participação de mulheres na política, alertou que até mesmo alguém do sexo feminino pode ser machista:
Ações do cotidiano e consequências para a vítima
A psicóloga explica que, muitas vezes, as mulheres nem imaginam que estão sendo vítimas, porque o “slut shaming” está em ações bem comuns do cotidiano, como ser julgada por ter postado uma foto com conotação sensual ou por demonstrar desejo por uma relação sexual mais “aguçada” ou “picante”.
No entanto, segundo o portal Mundo dos Psicólogos, a prática pode evoluir para agressões físicas e morais. Um exemplo mais marcante são os casos em que se afirma que a culpa de um estupro é da própria mulher.
A agressão causa prejuízos e danos emocionais irreparáveis para a vítima, como, por exemplo, baixa autoestima. “Muitas vezes, nós mulheres deixamos de ser quem somos por medo de um julgamento da sociedade. Passo a ter medo do que eu vou vestir, medo do que eu vou fazer”, explicou a especialista.
A psicóloga aconselhou a buscar ajuda, caso a pessoa se sinta atacada, mas reforçou que é necessário ter atenção sobre quem se relaciona.
“Precisamos tomar cuidado com quem nos relacionamos e antes de nos expor de uma forma muito íntima, porque não sabemos o que virá na fase da ruptura”.