E-commerce que emitem boletos para pagamentos chegam a 75% no país

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 23 de agosto de 2018 às 21:42
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:57
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Sistema de pagamento permite que clientes façam compras online mesmo sem cartão de crédito

Pelo menos 75% dos
sites de compras brasileiros já emitem boletos para pagamento, possibilitando
que pessoas que não têm contas bancárias possam aproveitar a comodidade do e-commerce, de acordo
com dados do Sebrae.

Dados da Febraban
mostram ainda que no país são pagos mais de 10 milhões de boletos por dia, ou
3,7 bilhões por ano. Mesmo assim, o documento ainda não se adaptou à tela dos smarthphones, que já
respondem por 41% das compras online.

Segundo o diretor do Comitê de Facilitadores da Associação de
Gestão de Pagamentos Eletrônicos (Pagos), Carlos Ogata, o boleto democratiza o
acesso ao comércio eletrônico porque permite que consumidores que não têm
cartão de crédito paguem por suas compras. “O boleto tem um grande apelo junto
aos consumidores, pois permite comprar online mesmo sem ter uma conta bancária
e ainda ter descontos especiais oferecidos pelos lojistas para quem escolhe
esta forma de pagamento”, disse.

De acordo com a
Pagos, em uma versão responsiva dos boletos, é possível copiar os dados para
pagamento no aplicativo do banco do comprador e depois pagar em qualquer caixa
eletrônico. Se os terminais de autoatendimento utilizados tiverem o leitor de
código de barras com a tecnologia para a leitura da tela do celular, basta
girar o telefone para visualizar e escanear o código. O cliente também pode
imprimi-lo no formato convencional.

Ainda segundo a Pagos, a melhora na experiência de pagamento do
boleto em smartphones
e tablets
é fundamental para converter mais vendas, independentemente do tipo de
comprador que escolha esse método. Por isso, segundo o diretor, é essencial que
os lojistas online se preparem para esse cenário e adaptem suas lojas para
oferecer a seus consumidores não só uma excelente experiência de navegação, mas
também a melhor experiência de pagamento, independentemente do método de
pagamento escolhido.

“Apesar de o boleto bancário ser antigo, ele foi muito bem feito
porque é um instrumento aceito universalmente em todos os bancos. Então, o
boleto se tornou acessível àqueles que não têm conta bancária, e portanto ainda
hoje ele é indispensável em qualquer transação eletrônica para aqueles que não
têm cartão de débito ou crédito como opção para fazer compra no e-commerce. Por mais
que se use a tecnologia online,
em tempo real, o boleto continua sendo compensado no dia seguinte. É estranho,
mas é a única forma que a gente vê ainda para incluir essas pessoas que não
estão bancarizadas”, disse Ogata.

Vantagens

Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o boleto
acaba sendo uma nova forma de pagamento, sendo uma das vantagens que o
consumidor vê nas compras pela internet e sendo também interessante tanto para
quem compra quanto para quem vende. “Do lado de quem recebe é bom porque
cai na conta naquele mesmo dia. Se a empresa aceita cartão de crédito tem que
pagar uma tarifa e as vezes demora para aquele valor cair na conta”.

Para Marcela, quem paga tem mais motivos para aderir a essa
vantagem. “O primeiro é que muitas empresas dão descontos para pagamentos com
boleto, justamente porque recebem o dinheiro antes. A segunda questão é porque
no boleto eu preciso me forçar a pensar se vou conseguir pagar esse boleto, se
tenho dinheiro na conta. Forçar o consumidor a ter essa consciência é muito
importante, porque evita que ele fique com o cartão atrasado e tenha algum tipo
de problema”, disse Marcela.

A terceira questão, segundo a economista, é que quando se coloca
a compra no cartão de crédito, passa-se o valor e já fornece o número do cartão
e a compra é feita naquele momento. Com o boleto é diferente porque depois da
emissão há um prazo maior para pagar. “Isso pode ser importante para o
consumidor ter um tempo para pensar também. Quando estamos em um site de
compras ativamos uma parte do cérebro que é a mais impulsiva, portanto
decidimos comprar muito mais por impulso do que por necessidade. Tendo um tempo
para pensar pode-se racionalizar a compra e até desistir dela”.


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