População terá site e call center para dúvidas sobre a reforma da Previdência

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 28 de fevereiro de 2019 às 19:24
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:24
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Os dois canais de comunicação deverão entrar em operação logo após o Carnaval, diz secretário Rogério Marinho

O governo vai utilizar um site e um
call center para ajudar na simulação de cálculos da aposentadoria conforme a
proposta da reforma da Previdência, como forma de ajudar a esclarecer dúvidas
da sociedade.

Segundo o secretário especial de
Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, os dois
instrumentos devem entrar em operação depois do carnaval.

O secretário negou que o governo
esteja perdendo a batalha da comunicação para alcançar o apoio da sociedade e
de parlamentares. Durante um debate no Rio de Janeiro, o secretário lembrou que
tem experiência parlamentar em duas legislaturas como deputado federal, tendo
completado o último mandato no fim de janeiro.

Ele disse que que tem se reunido com
bancadas parlamentares para explicar as medidas, e que conta com as
articulações políticas dos líderes do governo e dos partidos no Congresso, além
da atuação dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, David
Alcolumbre, e da interlocução dos ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni,
e da Secretaria de Governo, Santos Cruz.

Disposição

O secretário assegurou que nunca viu
entre os parlamentares uma disposição tão grande em aprovar a reforma da
Previdência. “Nunca vi tanta vontade e disposição de aprovar um projeto como
estou vendo agora. As bancadas que percorri, mesmo com os reparos e indagações,
com os argumentos sobre este ou aquele texto, de uma forma geral todos
reconhecem a necessidade de mudar o nosso sistema previdenciário. Nossa tarefa
é tentar costurar um apoio que permita ter, pelo menos, dois terços dos votos,
em torno de uma proposta que minimamente contemple as necessidades de deem uma
resposta à sociedade brasileira. O Brasil não pode mais esperar”.

Marinho disse que o Estado
brasileiro, incluindo a União, estados e municípios, faliu e não se sustentará
sem as mudanças na área previdenciária. Ele lembrou que hoje está no Rio de
Janeiro e é do Rio Grande do Norte, dois estados que enfrentam problemas para o
pagamento de aposentados. “Tenho familiares que são aposentados e estão há
quatro meses sem receber os salários. O que acontece no meu estado, aconteceu
no Rio de Janeiro, acontece no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, em Goiás,
por isso, a mudança de percepção da população brasileira”, observou.

Pesquisas

De acordo com o secretário, pesquisas
mais recentes mostram a mudança de apoio da população. Segundo ele, uma enquete
feita no ano passado apontava a desaprovação de mais de 70% dos entrevistados à
reforma do sistema previdenciário, e em uma outra pesquisa realizada esta
semana, empatou em 45% entre os a favor e os contra. “Nossa tarefa é traduzir a
narrativa. É muito fácil pegar um ou outro ponto do projeto e sair gritando
como mantra ‘isso aqui está sendo contra os pobres’”, disse.

Marinho acrescentou que corporações,
que não revelou quais, não reclamam claramente sobre a perda de regalias que
têm nas aposentadorias, mas fazem críticas a outros pontos da proposta. “Eles
estão dizendo publicamente o seguinte: estamos preocupados com o BPC (Benefício
de Prestação Continuada pago a idosos e pessoas com deficiência), estamos
preocupados com o aposentado rural. Essa tem sido a cantilena. Isso tem sido o
mantra e vem principalmente das corporações que estão se aproveitando desses
pontos para dizer que a reforma é contra o pobre. Não, pelo contrário, a
reforma faz com que a maioria da população, dos contribuintes, que hoje são
mais de 20 milhões pagando uma alíquota de 8% passem a pagar 7,5%, e quem
recebe acima do teto, porque teve uma sentença judicial que contradisse,
inclusive, a constituição brasileira que impede que se ganhe acima do teto do
STF, pague 22%”, disse.

“Quem tem mais, paga mais, quem tem
menos paga menos”, concluiu.


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