Sintomas de depressão na infância e adolescência podem confundir pais

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de novembro de 2018 às 13:35
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:11
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Nas crianças, a depressão aparece mais com sintomas físicos, como dependência emocional

Depressão
não tem idade. Pode aparecer em qualquer faixa etária, mas estudos mostram que
quanto mais novo, mais raro. Quando criança, a depressão aparece mais com
sintomas físicos e com uma dependência emocional, como ficar grudado nos pais.

Os
sintomas na infância e adolescência são mais variados do que nos adultos. E
podem se confundir com outros problemas. Pode apresentar irritabilidade,
agitação, que pode ser confundido com transtorno de hiperatividade, por
exemplo. Ter medo de dormir sozinha, não querer ir para escola, ter piora no
rendimento escolar, dores de cabeça, abdominais.

Sintomas de acordo
com a idade:

– 2 a 5 anos:
sintomas físicos, como parar de comer, dor na barriga.

– 5 a 7 anos: sintomas psicossomáticos, desempenho pobre e recusa
escolar, ansiedade, fobia, irritabilidade, retraimento social.

– 8 a 12 anos: perda do prazer e tristeza, desesperança, variação de
humor, ansiedade, recusa escolar, desejo de morte.

– 13 a 18 anos: irritabilidade, inquietação, isolamento social,
agressividade, problemas com drogas, cansaço, dormir muito, ideação e atos
suicidas.

A
pediatra Liubiana Arantes de Araújo faz um alerta para o comportamento que
requer atenção. “Na adolescência, o
jovem pode apresentar isolamento social, ficar muito no quarto, não querer
interagir com os pais, com os amigos. Esses sintomas muitas vezes são
confundidos. Os pais precisam perceber quando passa da normalidade ou quando
gera sofrimento, prejuízo social e emocional para esse adolescente. Esse é o
gatilho para entender que esse adolescente está em risco ou que ele realmente
está com quadro de depressão”.

E as redes sociais?

Elas podem funcionar para o bem e para o mal. O adolescente pode
encontrar acolhimento na internet, mas também pode encontrar pessoas que o
colocam para baixo. É muito importante os pais ficarem SEMPRE de olho no que os
filhos estão vendo.

O que protege?

– Ter com quem
conversar;

– Ter um amigo
que vai ligar para os pais se algo estiver estranho;

– Poder se
abrir com a família, sem julgamentos;

– Ter suporte
na escola;

– Alimentação;

– Atividade
física;

O que traz riscos?

– Bullying;

– Violência
doméstica;

– Violência
emocional;

– Violência
sexual;

– Assalto;

– Privação de
sono;

– Fator
genético;

– Abandono;

– Ausência de
suporte social;

– Contato
precoce com substâncias psicoativas.

O que fazer?

– Rompa o isolamento
em que vive o jovem

– Expresse
disponibilidade de escutá-lo sem julgamento

– Avalie a
urgência do caso

– Não o deixe
só até que as providências sejam tomadas

– Envolva a
família

Tratamentos

Crianças e adolescentes com depressão também devem fazer terapia e, se
for necessário, tomar antidepressivos. O tratamento deve ser multidisciplinar.
Além do psiquiatra e psicólogo, as pessoas ao redor também precisam se
envolver. Carinho, apoio, atenção são fundamentais. “Estudos já comprovam que
aquelas pessoas que têm uma vida social com amigos verdadeiros, têm capacidade
de troca com eles, conseguem viver uma vida mais harmoniosa, com humor muito
melhor”, diz a psiquiatra Carmita Abdo.

“As pessoas precisam olhar para elas mesmas e tratar as pessoas que
estão deprimidas com carinho. Ajudar a buscar uma solução e não ficar
criticando”, completa a psicóloga Liliana Seger.


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