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Cantora fará sessões de radioterapia e quimioterapia; chances de cura são altas, segundo especialistas
Cantora Simony relevou estar com câncer descoberto após exames de rotina – foto Jornal de Brasília
A cantora Simony revelou na última quarta-feira (3) que está com um câncer na região do intestino.
Segundo explicou em um vídeo postado nas redes sociais, o tratamento deve durar cerca de seis meses. Ela afirmou estar “forte e confiante” e que “nunca entrou numa briga para perder”.
O médico que a atendeu, o oncologista Fernando Maluf, explicou que o câncer é um epidermoide, descoberto após a cantora identificar um gânglio na região da virilha e realizar uma colonoscopia. O tumor está localizado na parte final do intestino, perto do ânus.
O especialista explicou que o tratamento envolve quimioterapia e radioterapia e deve durar alguns meses, mas que há “esperança muito grande” da cura. Maluf afirmou ser um “câncer curável na maioria das pessoas”.
Simony agradeceu ao apoio de familiares, médicos e fãs e publicou um vídeo se preparando para a primeira sessão de quimioterapia na quarta-feira.
Ela afirmou que na sexta-feira (5) deve retornar para casa e ter “vida normal”, indo à academia, caminhando pelo condomínio e desenvolvendo atividades profissionais.
A cantora destacou a importância do diagnóstico — realizando, por exemplo, exames anuais de colonoscopia — e do tratamento de câncer, mandando uma mensagem positiva para seguidores que possam estar lutando contra a doença também.
“A gente já venceu. E se você está passando por isso também, você já venceu”, afirmou.
Simony e o oncologista Fernando Maluf – foto Diário de São Paulo
Sobre o câncer de intestino
Rinaldo Gonçalves, chefe da cirurgia oncológica do Instituto Nacional do Câncer (Inca), explica que, conforme o tumor se desenvolve, ele pode disseminar células tumorais, sendo comum, por exemplo, os gânglios para a virilha.
“Havendo a suspeita de aumento do tamanho de gânglios na virilha ou em outras partes do corpo, como axilas, por exemplo, o médico deve ser consultado”, pontua, acrescentando que os principais especialistas para esse diagnóstico são proctologistas e os cirurgiões oncológicos.
O câncer de intestino é associado aos tumores que atingem desde a parte do intestino grosso, chamada cólon, até o reto, que é a estrutura final do intestino, próxima ao ânus.
Por isso, ele também é chamado de câncer de cólon e reto ou colorretal — eles são o 3° e 2° tipos mais comuns em homens e mulheres, respectivamente.
Rinaldo Gonçalves explica que existem dois tipos principais de tumores do intestino: o adenocarcinoma e de cólon e de reto e o carcinoma epidermóide do ânus e canal anal — caso de Simony.
Entre os fatores de risco para o surgimento do carcinome epidermóide estão a infecção pelo HPV e tabagismo.
Diagnóstico
A pesquisadora do Inca Marianna Cancela explica que os sintomas do câncer de intestino podem ser confundidos com os de outras doenças.
Os sinais mais frequentes são sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, como diarreia e prisão de ventre, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes e a presença de nódulos na região abdominal.
Gonçalves ressalta que, na presença dos sintomas acima, é necessário fazer uma consulta. Os principais especialistas nesse diagnóstico são os proctologistas e os cirurgiões oncológicos.
O diagnóstico pode ser realizado a partir da biópsia, que consiste na retirada de fragmentos de tecido para análise. A coleta da amostra é feita por meio de um aparelho introduzido pelo reto, chamado endoscópio.
Tratamento
O tratamento é eficaz e pode levar à cura, principalmente quando o diagnóstico é realizado na fase inicial e a doença ainda não se espalhou para outros órgãos.
Além da cirurgia, podem ser necessárias sessões de radioterapia ou quimioterapia.
“Estratégias de prevenção primária voltadas à promoção da alimentação saudável, manutenção de peso corporal adequado, prática de atividade física regular, redução do consumo de bebidas alcoólicas e interrupção do uso do tabaco têm grande potencial de reduzir os gastos associados com o câncer colorretal no Brasil”, ressaltou Liz Almeida, chefe da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca.
Rinaldo Gonçalves destaca que o tratamento combinado é capaz de curar entre 70 e 85% dos casos.
“Somente nos pacientes nos quais esse tratamento não for bem sucedido na eliminação da doença, torna-se necessário o tratamento através da cirurgia”.
*Informações CNN