Setor de cartões de crédito propõe acabar com o “parcelado sem juros”

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 09:17
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:32
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Modalidade de venda hoje representa 55% das transações em cartões de crédito no Brasil

O setor de cartões de crédito apresentou ao Banco Central (BC) no início desse mês de janeiro, uma proposta para substituir a modalidade conhecida como “parcelado sem juros” dos cartões de crédito por um modelo de crediário a ser oferecido ao consumidor. A mudança seria acompanhada por uma redução no prazo de pagamento aos lojistas.

A ideia faz parte de um conjunto de medidas que as empresas de cartões vêm debatendo desde o final de 2016, a pedido do órgão regulador, na tentativa de reduzir custos, ampliar o uso desse meio de pagamento e aproximar o modelo brasileiro das práticas internacionais.

Pela proposta, os consumidores fariam uma espécie de crédiario para parcelar compras no cartão, com base em um limite concedido pelo emissor, que poderia ser usado em qualquer loja, diferente de um crediário exclusivo de um único estabelecimento. O banco pagaria o lojista em até cinco dias após a operação e assumiria o risco. Prestações e despesas com juros ficariam visíveis para o cliente na maquininha no ato da compra.

No modelo atual, a decisão de oferecer o parcelamento e o prazo é do lojista, que recebe a primeira parcela após 30 dias e o consumidor vai pagando as demais na fatura do cartão. Mesmo demorando um mês para receber a primeira parcela, o varejo é hoje extremamente dependente desse modelo, que não existe em outros países. Segundo dados da Abec (Associação das Empresas do Setor de Cartões), o parcelamento representa 55% das transações com cartão de crédito no Brasil.

Para o consumidor, o parcelamento “sem juros” é uma grande facilidade com forte apelo psicológico – embora na prática haja uma série de taxas embutidas nas mensalidades.

A sugestão dos bancos emissores é desenhar um produto que ofereça taxas e prazos muito competitivos aos clientes e, mesmo assim, viabilizar a mudança de modelo, de acordo com estudos preliminares, é uma tarefa muito complexa e que exigirá uma transação lenta, de acordo com um executivo da uma instituição financeira.


+ Economia