Setembro Amarelo: diálogo e acolhimento ajudam a proteger os jovens

  • Dayse Cruz
  • Publicado em 15 de setembro de 2024 às 07:30
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Tanto na escola quanto em casa, diálogo e acolhimento são muito importantes para ajudar os adolescentes a manterem a saúde mental

Problemas relacionados à saúde mental dos jovens, como autolesão e suicídio, aumentam a cada ano – foto Shutterstock

 

Segundo levantamento do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Bahia), a taxa de suicídio entre jovens aumenta 6% por ano no Brasil.

A pesquisa, que teve apoio de pesquisadores de Harvard, constatou ainda que as notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos também cresceram no último ano.

Essas são algumas das razões pelas quais é tão importante a campanha do Setembro Amarelo, que conscientiza sobre questões de saúde mental para prevenir o suicídio.

E, nesse período, um dos assuntos mais comentados é como proteger os adolescentes e jovens e ajudá-los a manter uma boa saúde mental.

Nesse sentido, tanto a escola quanto os parentes em casa podem ter um grande efeito, e diálogo e acolhimento são as palavras-chave.

Entenda melhor nesse Setembro Amarelo a seguir:

Formas de proteger os adolescentes

Para a coordenadora do curso de Psicologia da Universidade Santo Amaro (Unisa), Cintia Madeira Sanchez, é importante, primeiramente, entender o contexto no qual os jovens vivem hoje.

Por conta das telas e das redes sociais, eles se sentem expostos o tempo todo. Além disso, novas formas de bullying, por exemplo, surgem dessas tecnologias, o que afeta a saúde mental.

“As situações de desconforto ou constrangimento rompem os limites físicos e reverberam nas plataformas e redes sociais”, comenta Cintia.

Por isso, é crucial que os pais prestem atenção no comportamento dos filhos, para notar qualquer mudança. Isso também é essencial nas instituições de ensino.

Elas ainda precisam promover medidas preventivas em relação a questões como o bullying, a diversidade, o racismo e a homofobia.

Ainda segundo a psicóloga, os pais, os familiares e as instituições devem estar abertos ao diálogo e ao acolhimento, buscar entender os motivos ao invés de julgar o sentimento que o adolescente compartilhou.

Por isso, ela recomenda evitar frases como: “Você está exagerando” ou “Isso vai passar”.

“Essas mensagens ditas podem afastar esse adolescente. Ou até mesmo evitar o diálogo por receio da falta de compreensão em relação ao seu sofrimento”, comenta Cintia.

De acordo com Henrique Manoel Carvalho Silva, coordenador e professor do curso de Serviço Social da Universidade Santo Amaro (Unisa), organizações não-governamentais também podem ajudar.

“Os espaços educacionais, em parceria com ONGs e serviços especializados, podem ajudar com o desenvolvimento de oficinas, treinamentos e grupos de apoio que envolvam toda a comunidade escolar, inclusive os pais”, pontua.

Vale lembrar também que é crucial conscientizar sobre a existência de canais especializados para quem precisa de ajuda imediata.

É o caso do Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece atendimento gratuito e sigiloso 24 horas, por telefone (188) ou chat on-line.

*Informações Alto Astral


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