Sesi-SP faz parcerias com rede pública para oferecer reforço escolar gratuito

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 8 de julho de 2022 às 12:00
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Na região de Franca, Ribeirão Preto e Sertãozinho, 30 prefeituras já assinaram o acordo, em um universo de 125 escolas

Programa Emergencial de Educação Pós-Pandemia tem início previsto para agosto – foto Arquivo Jornal da Franca

 

O Serviço Social da Indústria de São Paulo (Sesi-SP) oferecerá gratuitamente à rede pública de ensino paulista o Programa Emergencial de Educação Pós-Pandemia, com o início das atividades previsto para agosto de 2022.

Em andamento, as tratativas com as prefeituras já somam 321 parcerias assinadas. Somente na região de Franca, Ribeirão Preto e Sertãozinho, são 30 acordos assinados, que irão beneficiar 125 escolas.

Os impactos negativos da pandemia atingiram de maneira generalizada a educação brasileira.

O Estado de São Paulo possui cerca de 36% do total de matrículas no Brasil, com cerca de 2,3 milhões de alunos frequentando o Ensino Fundamental.

Nos resultados do SARESP (diagnóstico do rendimento escolar no estado), com referência a 2019, o recuo foi de 8,5% – 216,8 para 198,2 – em Língua Portuguesa e 9,1% – 231,3 para 210,2 – em Matemática.

Os maiores prejudicados foram os mais vulneráveis das escolas públicas, por conta da falta de recursos e de infraestrutura.

Milhões de estudantes sequer tiveram acesso às aulas remotas, ampliando o abismo educacional existente no país.

A distância começa logo no início da vida escolar. Na rede pública, onde estudam mais de 80% das crianças e adolescentes, apenas 23,4% dos alunos apresentam nível suficiente de leitura na alfabetização, contra 68,2% na rede privada, segundo Anuário Brasileiro de Educação Básica de 2021.

O prejuízo na alfabetização das crianças é evidenciado em Nota Técnica publicada pelo Todos Pela Educação.

Entre 2019 e 2021, houve um aumento de 66,3% no número de crianças de 6 e 7 anos de idade que, segundo seus responsáveis, não sabiam ler e escrever.

Apesar dos constantes esforços para melhorar o ensino público, as diferenças seguem por todo o Ensino Fundamental.

E, nos últimos anos desta etapa, os impactos gerados pelas consequências da pandemia não foram menores: na comparação com um estudo feito em 2019, os novos dados mostram que os estudantes do Ensino Fundamental precisam crescer em conhecimento três vezes mais em Língua Portuguesa e 11 vezes mais em Matemática, para alcançar os antigos alunos.

“Nas escolas do Sesi-SP cerca de 97% dos alunos concluem o Ensino Médio. Na escola pública são apenas 50%. Não podemos achar que perder metade dos jovens no percurso é normal”.

“Este é um problema de toda sociedade e só terá solução se unirmos forças e trabalharmos juntos. E é isso que pretendemos fazer por meio desse programa, levar as soluções educacionais do Sesi-SP para as escolas públicas de São Paulo”, explica o presidente do Sesi-SP, Josué Gomes da Silva.

Na relação entre a escolaridade média e a nota do PISA, o Brasil está atrás de países como Colômbia, Costa Rica e México, conforme gráfico elaborado pela Fiesp, a partir de dados do PNUD e OCDE/PISA, 2018.

O Sesi-SP acredita que a Educação é o pilar principal do desenvolvimento social e econômico. Um estudo publicado pelo Banco Mundial, com países da América Latina e do Caribe, alerta para o impacto causado pelo atraso na alfabetização que afetará uma geração até a vida adulta.

A projeção do prejuízo é de até 1,7 trilhão de dólares em produtividade.

Em comparação entre a variação acumulada de produtividade e a nota do PISA, entre os países avaliados, o Brasil tem nota abaixo do nível básico, que é 420, e consequentemente, demonstra desempenho negativo em produtividade, entre os anos 2000 e 2018.

 


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