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Você sente desconforto e sensação de inchaço após comer até mesmo uma quantidade mínima de feijão? Saiba que pode estar preparando a leguminosa de jeito errado
Na hora do preparo, deixar o feijão de molho é fundamental – foto Freepik
Você sente desconforto e sensação de inchaço após comer até mesmo uma quantidade mínima de feijão? Saiba que pode estar preparando a leguminosa de jeito errado e consumindo anti-nutrientes que dificultam a absorção de vitaminas e minerais.
Um estudo conduzido pelo Centro de Pesquisa em Alimentos da Universidade de São Paulo (USP), em colaboração com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), revelou novas descobertas sobre o processo de deixar o feijão de molho antes de cozinhá-lo para o melhor aproveitamento de nutrientes.
De acordo com a pesquisa, é crucial deixar o feijão de molho por um período entre 8 e 12 horas.
O estudo demonstrou que, ao deixar o feijão de molho por esse tempo, substâncias como rafinose e estaquiose, que são oligossacarídeos presentes nos grãos, são eliminadas, reduzindo desconfortos e gases após o consumo do alimento.
Segundo a médica Lorena Balestra, essas substâncias, presentes naturalmente no feijão, dificultam a absorção de proteínas e minerais essenciais, como o ferro, pelo organismo.
“Além disso, o feijão contém fitatos e taninos, que podem afetar a biodisponibilidade de minerais importantes, como zinco, cálcio e magnésio”, aponta Lorena.
A especialista explica que os fitatos têm a capacidade de se ligar a esses minerais e formar complexos insolúveis, prejudicando sua absorção.
“Por outro lado, os taninos conferem um sabor amargo ao feijão e podem causar desconfortos gástricos”, completa.
Deixar o feijão de molho é essencial
Para contornar esses efeitos negativos, a médica sugere deixar o feijão de molho. O processo ajuda a manter o valor nutricional dos grãos e melhora a absorção dos nutrientes.
No entanto, para aqueles que ainda enfrentam incômodos mesmo após deixar o alimento de molho, a especialista recomenda verificar a possibilidade de intolerância à rafinose.
“Em casos recorrentes, é aconselhável o uso de uma enzima específica, como a alfa-galactosidase (Digeliv), que auxilia na digestão desses carboidratos”, acrescenta a médica.
Para potencializar a absorção de nutrientes como o ferro, acrescente à refeição um alimento fonte de vitamina C e folhas verdes escuras.
*Informações Alto Astral