Segundo Acif, setor produtivo de Franca amarga prejuízo de R$ 610 milhões

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 17 de agosto de 2020 às 20:07
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 21:07
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Franca está na fase vermelha do Plano são Paulo, a mais restritiva, desde 29 de junho

Um levantamento realizado pelo Instituto de Economia Associação do Comércio e Indústria de Franca (IE-ACIF), mostrou que o setor produtivo da cidade amarga um prejuízo de R$ 610 milhões no primeiro semestre de 2020 devido à pandemia de Covid-19.

Franca está na fase vermelha do Plano São Paulo desde o dia 29 de junho, na qual somente os serviços considerados essenciais podem funcionar na cidade. Comércio de rua, shoppings, bares e restaurantes seguem fechados.

A estimativa da Acif é para a perda de até 16 mil postos de trabalho no setor até o fim do ano, o que representa um quinto de toda a força trabalhadora do município, segundo o economista Adnan Jebailey.

Na visão dele, o prejuízo é causado pela falta de consumo. Como não há vendas, não há produção. 

“É um cenário triste. A pandemia causa uma fissura na economia, não tem como”, analisa.

Segundo o economista, o setor produtivo de Franca engloba agropecuária, indústria de transformação, comércio, serviços, construção civil e administração pública.

Sufoco​

Para Jebailey, quanto mais tempo a cidade permanecer na fase vermelha de retomada, que é a mais restritiva do Plano São Paulo, maior a chance de postos de trabalho serem fechados e empresas encerrarem as atividades.

No setor de alimentação, por exemplo, 437 pessoas já foram demitidas desde o início da pandemia, segundo a Acif. 

Apesar de ter o delivey, a maior parte da movimentação é no consumo de self-service dentro do restaurante, além dos atendimentos noturnos.

Uma nova atualização das fases de retomada da economia pelo estado está marcada para sexta-feira (21).

Para avançar, Franca e os outros municípios do Departamento Regional 8 precisam apresentar melhoras nos índices de ocupação em leitos de Unidade de Terapia Intensiva.

Somente em Franca, sede do DRS, 37 das 46 vagas de UTI da rede pública e particular estão ocupadas nesta segunda-feira (17). Um índice de 80,4%.

Novo perfil​


Mesmo apresentando um cenário de recessão, o economista da Acif vê uma mudança de comportamento de clientes e empresários na forma de buscar por novos produtos.

Segundo ele, pesquisas recentes mostraram que, se antes os empresários resistiam em divulgar suas marcas nas redes sociais, com a pandemia, essa foi uma saída para sobrevivência e contato com o consumidor.

“Franca trabalhava em uma pegada diferente de grandes centros, como São Paulo. Isso deve ser alterado aqui e em outras cidades. As redes sociais era um dos últimos pontos onde se via as marcas”. “

Não tinha engajamento dos empresários para fazer a venda e nem a divulgação por essa modalidade”, diz.

Outro ponto apresentado pelo economista foi que a pandemia forçou os empresários da cidade a se reinventarem e apostarem em novos empreendimentos, além da adoção de vendas por delivery e e-commerce.

“Surgiram novos setores. Muita gente que ficou desempregada buscou forma de empreender no setor de alimentação, produção de máscara, empresas que produziam artigos químicos migraram para produção de álcool gel. Tem sim a parte negativa, mas tem uma questão positiva”, explica.

*Informações ACIF e G1


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