Secretaria da Cultura do governo deve ganhar com ida de Regina Duarte

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 31 de janeiro de 2020 às 00:47
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:19
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Regina Duarte é maior que o Ministério, assim como foi Gilberto Gil. Governo ganha com ida dela para o cargo

A atriz Regina Duarte assume a Secretaria Especial da Cultura, após a demissão do ex-ministro Roberto Alvim,.

O ex-secretário imitou o discurso de Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista, na divulgação do Prêmio Nacional das Artes. 

A atriz francana é o quarto nome a assumir a área de cultura desde a posse do presidente Jair Bolsonaro.

O professor Carlos Calil, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, fez algumas reflexões sobre a área da cultura em entrevista ao Jornal da USP no Ar. 

“Ter alguém da área artística dirigindo uma Secretaria importante, com status de Ministério, é uma prova de distensão desse governo, tão agressivo a pautas de cultura e dos direitos humanos”. 

“A Regina Duarte é maior que o Ministério, assim como foi Gilberto Gil. O governo ganha muito com a ida dela para ocupar esse cargo”, comenta o cineasta.

Para Calil, que já foi secretário municipal de Cultura de São Paulo e dirigiu instituições como a Cinemateca Brasileira, embora Regina Duarte seja uma atriz consagrada, tem muito a perder, inclusive dinheiro, ao aceitar o Ministério. 

Ainda segundo ele, aparentemente não há nenhum traço reacionário na fala da atriz. 

“Tudo leva a crer que ela é conservadora, e não reacionária. A diferença é muito grande. O professor ressalta que a classe artística vai ganhar muito com essa nomeação, porque terá nela uma interlocutora que jamais ofenderia uma parceira.

O governo Collor chegou com muito mais violência do que o governo Bolsonaro, extinguindo todos os órgãos de cultura, lembra Calil. 

“A principal função da Regina Duarte é retomar o trabalho rotineiro das instituições culturais no País, que estão paradas há um ano, por guerra ideológica e incompetência.”


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