Saúde mental: saiba o que é FOMO, FOLO e nomofobia

  • Dayse Cruz
  • Publicado em 12 de abril de 2025 às 21:00
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Problemas estão relacionados ao excesso de tecnologia e tem impacto significativo na saúde mental de adultos

O excesso no uso de conexões digitais tem impactado a saúde mental da população – foto Arquivo

 

O uso excessivo de dispositivos móveis e a constante conexão digital têm impactado diretamente a saúde mental da população.

Dados da pesquisa We Are Social e Hootsuite de 2023 apontam que o Brasil está entre os países com maior tempo de tela do mundo, com uma média de 9 horas e 32 minutos diários dedicados ao uso da internet em dispositivos móveis.

Esse padrão de comportamento tem contribuído para o aumento de transtornos relacionados à saúde mental, como FOMO, FOLO e nomofobia. Os nomes complexos se referem a problemas causados pelo excesso de conectividade.

“A necessidade constante de verificação de redes sociais e aplicativos gera ansiedade, insônia e dificuldades de concentração”, explica o profissional da área de psicologia da rede de clínicas médico-odontológicas AmorSaúde, Vagner Vinicius Morais de Araújo.

O que é FOMO, FOLO e nomofobia?

FOMO (Fear of Missing Out) está ligado ao medo de perder algo ou a necessidade constante de se atualizar nas redes sociais para saber o que as pessoas estão fazendo.

FOLO (Fear of Living Offline), por sua vez, reflete a dificuldade de se desconectar, devido ao receio de perder algo que está acontecendo na internet.

Já a nomofobia é o medo de ficar sem o celular ou de não conseguir utilizá-lo.

O impacto da hiperconectividade na saúde mental

O estudo Panorama Mobile Time/Opinion Box, de 2023, revelou que 43% dos brasileiros sentem ansiedade ao ficar sem acesso ao celular, enquanto 54% checam suas mensagens assim que acordam.

O comportamento reflete uma relação de dependência psicológica e a dificuldade de estabelecer limites saudáveis para o uso das telas.

Outro dado relevante é que 58% dos brasileiros verificam suas redes sociais mais de 10 vezes ao dia, segundo pesquisa da Global Web Index de 2023.

Além disso, 37% dos entrevistados afirmaram sentir a necessidade de responder mensagens imediatamente, mesmo quando estão realizando outras atividades.

O especialista explica que “o bombardeio incessante de informações nas redes sociais têm um impacto significativo na saúde mental contribuindo para o aumento do imediatismo, da insegurança e da insatisfação pessoal”.

O psicólogo destaca também que “o excesso de conectividade pode levar ao isolamento social, pois, muitas vezes, as interações virtuais substituem os encontros presenciais”, ressalta.

Segundo o profissional, “isso compromete habilidades sociais, prejudica relações interpessoais e pode contribuir para quadros de depressão e ansiedade”.

Estabelecendo uma relação saudável com a tecnologia

Para reduzir os impactos negativos da hiperconectividade, o especialista sugere práticas como a desintoxicação digital, estabelecendo limites para o uso das telas.

Isso inclui a redução do tempo de tela antes de dormir e o uso de aplicativos para monitorar e limitar o tempo gasto no celular.

Além disso, a adoção de hábitos mais saudáveis, como meditação, atividades físicas e interação social presencial.

“Equilibrar a relação com a tecnologia é essencial para preservar a saúde mental e melhorar a qualidade de vida”, aponta Araújo.

“Criar espaços de desconexão durante o dia, como deixar o celular fora do quarto na hora de dormir ou evitar mexer no aparelho durante as refeições, são passos importantes para reduzir a dependência e melhorar a saúde mental”, finaliza.

*Fonte: Alto Astral


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