Saudável e sustentável: 5 cascas e sementes que merecem ser aproveitadas

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 21 de outubro de 2019 às 14:48
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:00
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Além de diminuir o desperdício, seu consumo pode ser aliado à obtenção de nutrientes essenciais ao organismo

​Separar as sementes da melancia pode ser demorado e, acredite, desnecessário! Dentro de uma linha de alimentação sustentável, sementes e cascas de alimentos variados ganham vez na cozinha e podem ser aproveitados não só para evitar o desperdício, mas também para conseguir nutrientes essenciais ao organismo. A seguir, confira alguns itens comumente descartados que podem ser adicionados à dieta.

1. Casca de ovo

Mas antes de serem consumidas, é imprescindível que sejam esterilizadas, mergulhando-as em água fervente ou levando ao forno quente. Depois de esterilizadas, elas podem ser moídas e incluídas no preparo de receitas de pães e massas, por exemplo. 

Ainda assim, é preferível obter o cálcio a partir de laticínios e outros vegetais, pois o consumo de casca de ovo sem a esterilização necessária é um risco à contaminação por salmonela. “Quando necessária a suplementação de cálcio, a farinha de casca de ovo pode ser uma opção mais segura e barata aos suplementos encontrados no mercado. Um artigo recente mostrou que tanto a esterilização com hipoclorito quanto com água fervente são eficazes, sem risco de contaminação por salmonela ou ainda por metais pesados, como é o caso de alguns suplementos”, explica a nutricionista Muriely Verdin. “Mas não é interessante suplementar cálcio nas refeições principais, já que a carne é rica em ferro, um nutriente que compete pela absorção com o cálcio”, destaca.

2. Sementes de melancia

Apenas duas colheres de sopa de sementes de melancia contêm cerca de 10 gramas de proteína, quatro a mais que um ovo. De acordo com estudos publicados no Journal Of Agriculture and Food Chemistry, as pequenas sementes pretas fornecem uma variedade de aminoácidos e ainda contém vitamina B (essencial para células sanguíneas saudáveis) e magnésio, que melhora a conectividade cerebral e reduz o risco de cãibras musculares.

Sementes de melancia secas ou torradas estão agora disponíveis em muitos supermercados, mas você pode prepará-las em casa adicionando uma pitada de especiarias e levando ao forno por dez minutos.

3. Folhas e talos de legumes e verduras

É persistente o hábito de desprezar os ramos das verduras e legumes. Um pecado, pois bem cuidados, talos e folhas podem brilhar em uma série de preparações. Como as camadas externas geralmente recebem mais luz solar, elas criam compostos até mais benéficos do que as partes internas. Adicioná-los aos pratos pode ajudar a dar um impulso vitamínico e mineral.

Na hora de aproveitar tudo o que vem do ingrediente, a chef Cláudia Mattos, do Espaço Zym, aponta que é preciso levar em conta que as folhas são mais perecíveis que os legumes. “Para usá-las mais tarde, é só refogá-las e congelá-las logo depois da compra”, diz. Outra dica é conhecer a procedência. “Uso os legumes em sua totalidade e acho importante, quando possível, comprar orgânicos ou com produtores conhecidos. Mesmo que o orgânico seja um pouquinho mais caro, vai compensar”, afirma a chef. 

4. Casca de frutas cítricas

Você sabia que a casca de frutas cítricas, como laranja e limão, têm maiores concentrações de compostos flavonóides saudáveis do que seu miolo? Os flavonóides são substâncias químicas conhecidas por impulsionar o sistema imunológico, ajudando as células corporais a combater doenças.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, uma única colher de sopa de casca de laranja fornece quase três vezes mais vitamina C do que a própria fruta, sem mencionar quatro vezes a fibra, essencial para a saúde intestinal. “Essa não é só uma opção válida pelas propriedades nutricionais, mas pela sustentabilidade ao reduzir o desperdício e por ser uma alternativa a quem não tem acesso a uma alimentação variada. Só procure dar preferência aos orgânicos, pois alguns alimentos concentram muitos agrotóxicos em suas cascas e sementes”, explica Muriely.

5. Miolo da maçã

Desde pequenos, somos acostumados a comer a maçã, circundando o miolo. Pois saiba que essa parte desprezada seria um belo reforço às boas bactérias que vivem no sistema digestivo. Segundo pesquisadores da Universidade de Tecnologia Graz, na Áustria, o caule e as sementes da fruta apresentaram maior abundância bacteriana.

Muitas pessoas se preocupam em comer sementes da maçã por conterem amigdalina, um composto químico natural que se degrada em cianeto na corrente sanguínea, podendo levar à morte por envenenamento. Mas é altamente improvável que isso aconteça, já que um adulto médio teria que comer 150 sementes esmagadas de uma única vez para arriscar um envenenamento por cianeto – o que equivale a 20 maçãs.