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Entenda o que causa a seletividade alimentar em crianças autistas e como melhorar a dieta delas usando certas estratégias
Seletividade alimentar é comum na infância e, no caso de autistas, o desafio é ainda maior – foto Shutterstock
A seletividade alimentar é algo muito comum em crianças em fase pré-escolar, se caracterizando por uma recusa a muitos alimentos e um apetite pequeno.
Entretanto, no caso dos pequenos autistas, essa questão pode ser um desafio ainda maior.
Segundo a neuropsicóloga Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto, os aspectos sensoriais, como texturas, sabores, cheiros e cores dos alimentos, podem ser altamente desagradáveis para muitos autistas.
Por conta disso, o momento da refeição pode se tornar algo desagradável ou estressante para eles.
Isso sem contar que as crianças autistas costumam necessitar de previsibilidade e rotina, então podem recusar novos sabores, piorando a seletividade alimentar.
Para elas, mesmo modificações nos talheres ou no local de se alimentar podem ser um problema.
Outro fator relevante é a condição física da criança. Dificuldades na musculatura orofacial e desafios motores, como problemas de mastigação e deglutição, também podem estar presentes.
“Essas dificuldades podem ser exacerbadas pela hiperatividade ou desconforto físico do autista” explica Bárbara.
Portanto, é essencial que os pais e cuidadores investiguem as causas da seletividade alimentar de forma individualizada.
Compreender os múltiplos fatores envolvidos permite a criação de estratégias específicas que podem ajudar a melhorar a alimentação de crianças autistas, promovendo uma relação mais positiva e saudável com a comida.
Dicas para combater a seletividade alimentar
Abaixo, a neuropsicóloga sugere dicas para melhorar a aceitação de alguns alimentos:
Introduza novos alimentos gradualmente: comece com pequenas porções misturadas aos alimentos que a criança já aceita. A exposição repetida pode ajudar na aceitação.
Mantenha uma rotina alimentar consistente: estabeleça horários regulares e um ambiente de refeição previsível, mantendo local, talheres e disposição dos alimentos constantes.
Use reforços positivos: recompense a criança com elogios ou atividades favoritas ao experimentar novos alimentos, celebrando cada pequeno sucesso.
Entretanto, cuidado para não criar um ciclo no qual a criança entende que recusar um alimento antes de comê-lo vai fazer com que ela consiga algo que quer.
Adapte texturas e sabores: modifique a forma de preparo dos alimentos, transformando vegetais em purê ou assando frutas, por exemplo, para torná-los mais aceitáveis.
Utilize temperos familiares para introduzir novos alimentos.
Envolva a criança na preparação das refeições: permita que a criança ajude a escolher ingredientes e a preparar pratos simples, aumentando seu interesse pelos alimentos.
Considere suporte profissional: terapia ocupacional e acompanhamento nutricional podem auxiliar em dificuldades sensoriais e motoras, além de ajudar na criação de um plano alimentar personalizado.
Crie um ambiente relaxado durante as refeições: evite pressionar a criança a comer e permita que ela coma no seu próprio ritmo, tornando a experiência mais agradável e menos estressante.
*Informações Alto Astral