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Brasil é o 14º entre todos os países do mundo com maior taxação tributária; carga compromete 40,7% da renda da população
Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), publicado na quinta-feira (06), o brasileiro terá que trabalhar, em média, 149 dias para pagar seus impostos em 2024.
As taxas municipais, estaduais e federais comprometem 40,7% da renda dos trabalhadores.
De acordo com João Eloy Olenike, presidente do IBPT, “nós trabalhamos, pagamos, e depois pagamos um pouco mais para ter um serviço particular de qualidade”.
Segundo o portal Notícias R.7, o presidente usa como exemplo países como Dinamarca, Bélgica e França, que possuem uma carga tributária mais elevada do que a brasileira, entretanto, supre as necessidades da população.
Dois dias a mais
A carga tributária aumentou levemente no último ano. Passou de 40,28% para 40,71%, o que resultou em dois dias a mais de trabalho para pagar os impostos, já considerando o ano bissexto, mas retomou o mesmo patamar obtido em 2021 e 2022.
“Tivemos aumento das alíquotas de ICMS na maioria dos estados do Brasil para compensar ‘perdas’ na arrecadação. Isso refletiu no aumento dos dias no cálculo”, disse ao portal UOL João Eloi Olenike, um dos autores do estudo.
Classe média paga mais
Para chegar à média, o IBPT levou em consideração três faixas de renda e suas crescentes alíquotas respectivas. São elas:
Até R$ 3.000: carga tributária de 38,63%, 141 dias de trabalho para pagar (até 20 de maio)
Entre R$ 3.000 e R$ 10.000: carga tributária de 42,47%, 155 dias de trabalho (até 3 de junho)
Acima de R$ 10.000: carga tributária de 40,55%, 148 dias de trabalho (até 27 de maio)
“A classe média, que tem renda bruta média mensal entre os R$ 3.000 e R$ 10 mil, é a que mais paga impostos, segundo o estudo.
Olenike explica que isso se deve devido a dois fatores:
O primeiro é que a tributação do imposto de renda progride até chegar no teto de 27,5%. “Ou seja, quem ganha R$ 5.000 está na mesma faixa de imposto de quem ganha R$ 50 mil. Essa é uma injustiça que existe nesse sentido. Ou seja, no Brasil, a tributação é progressiva até certo ponto”, diz.
O segundo fator diz respeito à regressividade da principal tributação sobre o consumo, o ICMS. “Todos os brasileiros pagam a mesma carga tributária sobre o consumo, mas os que ganham mais acabam proporcionalmente pagando menos, em virtude da sua possibilidade de pagar mais”, explica o presidente do instituto.”