Não é tão simples: conheça riscos que a redução de estômago pode ocasionar

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 11 de setembro de 2024 às 16:00
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A cirurgia bariátrica é um procedimento que altera o sistema digestivo com o intuito de reduzir a quantidade de alimentos que o estômago pode suportar.

Além disso, busca modificar o processo digestivo natural para diminuir significativamente a absorção de calorias, facilitando a perda de peso.

Devido à sua natureza invasiva, a cirurgia bariátrica é geralmente recomendada apenas após tentativas frustradas de tratamento através de dietas e exercícios, ou quando a obesidade representa um risco à vida.

Assim, antes da realização desse tipo de cirurgia, é imprescindível que o paciente passe por uma rigorosa avaliação médica com uma equipe multidisciplinar, incluindo cirurgiões, nutricionistas, psicólogos, cardiologistas e outros especialistas.

Indicações para a cirurgia

A cirurgia bariátrica é indicada para indivíduos com obesidade grau II ou superior que não obtiveram resultados satisfatórios após meses de tratamento com dieta e exercícios regulares.

É geralmente autorizada para pessoas entre 16 e 65 anos, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde do Brasil, nos seguintes casos:

– IMC igual ou superior a 50 kg/m²;
– IMC igual ou superior a 40 kg/m², sem perda de peso após pelo menos dois anos de acompanhamento médico e nutricional;
– IMC igual ou superior a 35 kg/m², associado a outras condições de saúde que elevam o risco cardiovascular, como hipertensão, diabetes descontrolada e colesterol alto.

Contra-indicações

O Ministério da Saúde também aponta situações em que a cirurgia bariátrica não é recomendada, como em casos de transtornos psiquiátricos não controlados, uso de substâncias, doenças cardíacas ou pulmonares graves, hipertensão portal com varizes esofágicas, doenças inflamatórias do trato digestivo superior ou síndrome de Cushing associada ao câncer.

Benefícios da cirurgia

Além da significativa perda de peso, a cirurgia bariátrica pode levar à melhoria ou até à cura de doenças associadas à obesidade, como:

– Hipertensão arterial;
– Insuficiência cardíaca;
– Insuficiência respiratória;
– Asma;
– Diabetes;
– Colesterol elevado.

Adicionalmente, muitos pacientes experimentam vantagens sociais e psicológicas, incluindo a redução do risco de depressão e o aumento da autoestima e da interação social.

Tipos de cirurgia bariátrica

Os principais tipos de cirurgia bariátrica incluem:

1. Banda gástrica: Este método menos invasivo envolve a colocação de uma banda em torno do estômago, reduzindo seu tamanho e, consequentemente, a ingestão de alimentos. Embora apresente menos riscos e uma recuperação rápida, os resultados podem ser inferiores aos de outras técnicas.

2. Bypass gástrico: Esta cirurgia envolve a remoção de uma parte significativa do estômago e a ligação do intestino ao estômago restante, limitando o espaço para alimentos e a absorção de calorias. Os resultados são geralmente muito bons, com perda de até 70% do peso inicial, mas há mais riscos e um tempo de recuperação mais longo.

3. Gastrectomia vertical (sleeve): Nessa técnica, o cirurgião remove uma parte do estômago, mantendo a conexão natural com o intestino. Embora apresente menos riscos do que o bypass, os resultados de perda de peso são menores, em torno de 40%.

4. Derivação biliopancreática: Este procedimento envolve a remoção de parte do estômago e a maior parte do intestino delgado, reduzindo a absorção de nutrientes. A bile continua a fluir normalmente, evitando a interrupção do processo digestivo.

Riscos associados

Os riscos da cirurgia bariátrica estão relacionados principalmente às doenças associadas à obesidade. As complicações mais comuns incluem:

– Embolia pulmonar;
– Sangramento interno;
– Fístulas;
– Vômitos, diarreia e fezes com sangue.

Essas complicações tendem a ocorrer durante a internação e são tratadas rapidamente pela equipe médica. Em casos mais graves, pode ser necessária uma nova cirurgia. Além disso, é comum que os pacientes apresentem complicações nutricionais, como anemia e deficiências de nutrientes essenciais.

Para garantir uma recuperação mais rápida e menos complicada, recomenda-se seguir orientações específicas sobre a alimentação após a cirurgia bariátrica realizada.


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