Safra 2018 será a segunda maior dos últimos anos, apesar de recuo de 5,5%

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 19:15
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:33
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Levantamento analisou os centros produtores de grãos e sofrerão queda culturas como a de soja, milho e arroz

A Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab) informou nesta última quinta-feira, 08 de fevereiro,
que a safra de grãos 2017/2018 deverá alcançar 225,6 milhões de toneladas,
sendo a segunda maior da série histórica, que é liderada pela safra anterior.
Na comparação com o volume produzido em 2016/2017, de 237,7 milhões de
toneladas, espera-se um recuo de 5,1%, embora a área total de plantio prevista
seja 0,2% maior, de 61,01 milhões de hectares.

O
levantamento que analisou os principais centros produtores de grãos, de 21 a 27
de janeiro, identificou que sofrerão queda culturas como a soja, o milho e o
arroz, que passam de 12,327 milhões de toneladas para 11,639 milhões, com uma
colheita 5,6% inferior à de 2016/2017.

A produção de arroz,
estimada em 11,6 milhões de toneladas, não sofreu alterações significativas,
visto que as condições climáticas permanecem favoráveis à cultura, segundo o
levantamento. “O pessoal do arroz está com dificuldade de preço. Nós
tivemos uma safra excepcional no ano passado, vamos ter uma safra muito boa
este ano. O governo não tem nada de estoque de arroz. Por um lado, é positivo,
porque temos a garantia do abastecimento privado. Isso fez com que os preços do
arroz estejam no limite do preço mínimo. Tem regiões com o preço de mercado
abaixo do preço mínimo”, disse o diretor-presidente da Conab, Marcelo
Bezerra.

Segundo Bezerra, o
governo federal programa emitir nesta sexta-feira, 09 de fevereiro, um aviso de
Prêmio para o Escoamento (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural
(Pepro) para o arroz, no valor de R$ 100 milhões. “Faremos três ou quatro
leilões, até atingir 1,2 milhão de toneladas de arroz”, informou.

Circunstâncias
intrínsecas à cultura do feijão, como dificuldades de manejo, problemas
sanitários e na comercialização estabelecem forte pressão sobre o produto, na
avaliação dos especialistas da Conab. Para a primeira safra é constatado um
encolhimento da área plantada, o que reflete uma produção de 1,25 milhão de
toneladas, sendo 811 mil toneladas de feijão-comum cores, 295,7 mil toneladas
de feijão-comum preto e 147,6 mil toneladas de feijão-caupi. Na segunda safra,
há uma expansão das terras destinadas ao produto, o que resulta num incremento
na produção, estimada em 1,23 milhão de toneladas, sendo 546,1 mil toneladas de
feijão-comum cores, 184,6 mil toneladas de feijão-comum preto e 503,2 mil
toneladas de feijão-caupi.

A
primeira safra do milho, por sua vez, de 24,74 milhões de toneladas, será 18,8%
menor do que o da safra passada, ocasionado por uma redução de área e
produtividade. Na segunda safra, a retração é da ordem de 6,1% em relação à
safra anterior, com a produção chegando a 63,26 milhões de toneladas. Com isso,
a expectativa para o milho é de redução de 10,1%, já que a quantidade colhida
passa de 97,8 milhões para 88 milhões de toneladas.

Ainda
conforme o boletim, a soja, cultura favorita dos produtores brasileiros, ao
lado do milho, apresenta uma diminuição de 2,2% na produção, com um total de
111,6 milhões de toneladas, ante 114,1 milhões de toneladas do período mais
recente. No quesito produtividade, a oleaginosa sofreu perda avaliada em 3.364
quilos/hectare da safra anterior para 3.185 quilos/hectare.

O
superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo de Oliveira
Neto, ressaltou que, enquanto a soja e o milho são favoritos pelos produtores
devido à projeção no mercado externo, o feijão e o arroz, que compõem a icônica
mistura presente no prato dos brasileiros, “representam saúde”,
apesar de estarem sendo plantados em espaços menores.

O
cenário mais próspero salientado pela Conab foi o do algodão: com o plantio
próximo do fim, deve registrar um aumento de 1,789 milhão de toneladas de pluma
(17%). A companhia destacou ainda, como regiões de potencial ou já existente
crescimento, Tocantins, Rondônia, estado com grande capacidade de escoamento da
safra, e Maranhão, que, segundo Oliveira Neto, tem sido estimulado na produção
agrícola por programas governamentais. “No Norte, estamos vendo uma
fronteira que se abre no sudeste do Pará”, acrescentou o superintendente.


+ Agronegócios