Sabe o que é Dislexia? Conheça sintomas, causas e diagnóstico do problema

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 24 de agosto de 2019 às 13:38
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:45
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Na grande maioria dos casos, a doença não é identificada ou não é tratada da maneira correta

A dislexia corresponde a uma perturbação de aprendizagem caracterizada por um desempenho na leitura substancialmente abaixo daquilo que seria de se esperar no que se refere a exatidão, velocidade ou compreensão, em função da idade cronológica, do Q.I. e do nível de escolaridade

Trata-se, no fundo, de uma incapacidade específica de aprendizagem, que se caracteriza por dificuldades na correção e/ou fluência na leitura de palavras, de acordo com informações divulgadas pela rede de hospitais CUF, de Portugal.

A dislexia é talvez a causa mais frequente de baixo rendimento e insucesso escolar.

Na grande maioria dos casos não é identificada, nem corretamente tratada.

Esta condição é provavelmente a perturbação mais frequente entre a população escolar sendo referida uma prevalência entre 5 a 17.5%.

Inicialmente era referida uma maior prevalência no sexo masculino, nos últimos anos passou a ser referida uma distribuição igual em ambos os sexos.

É importante saber que a dislexia se mantém ao longo da vida e não corresponde a um atraso maturativo transitório. É uma perturbação neurológica que necessita de uma intervenção precoce e especializada.

Quais as causas?

Ainda segundo a CUF, atualmente sabe-se que a dislexia é uma perturbação parcialmente herdada, com manifestações clínicas complexas, incluindo défices na leitura, no processamento fonológico, na memória de trabalho, na capacidade de nomeação rápida, na coordenação sensoriomotora, na automatização e no processamento sensorial precoce. 

Para lá da hereditariedade, existem diversas teorias que tentam explicar a dislexia com base em alterações do sistema neurológico cerebral. A dislexia associa-se a outras perturbações como a hiperatividade, perturbação da coordenação motora, do comportamento, do humor e diminuição da autoestima.

Como se manifesta?

As queixas mais comuns são a dificuldade em fazer rimas e em soletrar as palavras. Essa dificuldade torna o processo de aprendizagem da leitura mais difícil bem como a capacidade de entender frases e de reconhecer palavras escritas.

Quando a dislexia não é detectada podem surgir outros problemas como alterações do comportamento, perda de autoestima e, no caso dos adultos, dificuldades no trabalho.

Sintomas

Os sintomas da dislexia são iguais para crianças e adultos. A diferença é que, na infância, o distúrbio é acentuado e pode ser identificado mais facilmente, uma vez que a criança irá apresentar dificuldades na fase de aprendizagem e alfabetização.

Pesquisas científicas recentes concluíram que o sintoma mais conclusivo acerca do risco de dislexia em uma criança, pequena ou mais velha, é o atraso na aquisição da fala e sua deficiente percepção fonética. Por isso, pais e escola precisam estar atentos a este sintoma.

Primeira infância

Dispersão;

– Falta de atenção;

– Atraso da fala e linguagem;

– Dificuldade em aprender rimas e canções;

– Atraso na coordenação motora;

– Falta de interesse por livros.

Idade escolar

Dificuldade na aquisição e automatização da leitura e escrita;

– Desatenção;

– Dispersão;

– Dificuldade em copiar de livros;

– Desorganização geral (dificuldade em manusear mapas, dicionários);

– Dificuldade em ler em voz alta e compreender aquilo que foi lido;

– Baixa estima.

Diagnóstico

Atualmente existem diversas provas que permitem avaliar e diagnosticar as crianças com dislexia. Ainda que não exista nenhum marcador biológico que, na prática clínica, se possa utilizar para confirmar o diagnóstico de dislexia.

Esse diagnóstico é feito com base na história familiar e clínica e num conjunto de testes psicométricos, de linguagem, de leitura e de ortografia.


+ Saúde