​Riscos e dificuldades, após 27 anos, apavoram nova candidatura de Engler

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 20 de setembro de 2018 às 07:47
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:01
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Incoerências, promessas não cumpridas e desgastes na região dificultam reeleição

Após 27 anos, como um dos líderes do PSDB e com estreito relacionamento com os ex-governadores José Serra e Geraldo Alckmin, o deputado por Franca, Roberto Engler, vê sua reeleição ameaçada por uma série de fatores: a mudança de partido, o desgaste natural após quase três décadas no cargo e as dificuldades para entusiasmar os eleitores após uma surpreendente troca do PSDB pelo PSB.

Com dificuldades de achar apoio consistentes das lideranças políticas setoriais e de comunidades em Franca, o deputado apela, mais uma vez, por mais de 30% de sua potencial votação, em outros municípios.

No momento, a candidatura do deputado para mais uma eleição tem sido muito questionada, até pelo fato de que, nos últimos mandatos, priorizou outras regiões em detrimento de Franca, inclusive por uma arcaica visão de que, para ocupar espaços políticos, tinha sempre que estar se contraponto aos prefeitos de Franca, fatos que são facilmente constatados durante seus mandatos como deputado, enquanto eram prefeitos de Franca, Sidnei Rocha (por três mandatos, pelo PSDB), Gilmar Dominici (PT), Ary Balieiro (PTB), Alexandre Ferreira (PSDB) e agora seu ex-colega de Assembleia, Gilson de Souza (DEM).

Uma das maiores críticas contra Engler está na sua atuação, por 4 mandatos, como relator do Orçamento do Estado de SP, onde, em vez de priorizar a região de Franca, trabalhou relatando emendas suas e de seus colegas parlamentares, que destinavam recursos e obras do Estado para outras regiões, com a clara intenção de conquistar novos colégios eleitorais, como por exemplo, Guaíra, cidade onde, nas últimas eleições, obteve sua segunda maior votação depois de Franca.

Apesar de sempre ter saído com a maioria dos votos dos francanos (em todas as eleições foi o mais votado em Franca), Engler tem sido cada vez mais cobrado – agora, até de forma mais intensa – por não ter cumprido promessas de campanha que fez para a cidade.

Tendo sido ironicamente, até, chamado de “Deputado Outdoor”, tal a frequência com que usa os painéis de publicidade para se autopromover e propagar suas “conquistas”, o veterano deputado, claramente mal assessorado, mais prometeu do que fez.

Por isso, as cobranças aumentaram ao longo dos anos. E promessas feitas há mais de uma década têm sido relembradas, como o asfaltamento da estrada Franca-Batatais (denominada Rionegro & Solimões) feita em 2003 e repetida (nos seus famosos outdoors) em 2005, mas que até hoje, mesmo estando ele ao lado dos governadores do PSDB, desde o primeiro mandato de Alckmin, não saíram do papel (ou dos outdoors).

Muitos outros questionamentos têm sido feitos à postura política do deputado, como por exemplo, sua completa ausência em momentos graves de ameaças ao emprego na indústria calçadista e situações que prejudicaram Francae das quais ele esteve covardemente divorciado, mesmo sendo o único representante da região na Assembleia, principalmente depois da não-reeleição de Gilson de Souza como o “outro” deputado da cidade.

Verdade é que, as dificuldades de Engler em busca da reeleição, são originadas em sua própria pífia atuação como deputado francano. Além, evidente, do passo errado, de saltar para um partido pequeno, que tem um candidato a governador patinando na campanha.

Sem contar a dubiedade e a incoerência: se Engler queria mostrar independência em relação a Alckmin, porque foi para um partido que apoia o próprio Alckmin à Presidência (este também, igualmente patinando na campanha)?

E elas tendem a crescer, à medida em que os eleitores foram lembrando de algumas dezenas de promessas feitas em campanhas (e em outdoors) e que não passaram de falácias do parlamentar. 


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